Até o dia 02 de agosto o público terá a rara oportunidade de assistir a longas e curtas-metragens que dificilmente são exibidos de forma ampla no país. Trata-se da mostra de filmes do Fantaspoa (Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre) que este ano acontece em ambiente online de forma gratuita pela plataforma de streaming Darkflix. São 47 filmes, originários de 29 diferentes países e mais de 80 curtas disponíveis para acesso em território brasileiro, que representam um panorama amplo da produção audiovisual recente do cinema fantástico.
Sim, são muitas opções e para auxiliar aqueles que não se contentam em assistir apenas um filme, mas ainda estão em dúvida do que escolher, preparamos uma seleção de obras para você incluir na maratona desta semana. Confira!
“Pornô”
Imagem: Divulgação Fantaspoa
“Pornô”, dirigido por Keola Racela, é o filme de abertura da décima sexta edição do Fantaspoa. O longa é uma divertida mescla de horror e comédia já exibido em festivais prestigiados, como South by Southwest, Fantasia, FrightFest e Sitges, onde colheu muitos elogios. A trama se passa nos anos 1990, cinco funcionários de um cinema de calçada de uma pequena cidade cristã do interior dos Estados Unidos descobrem um velho rolo de filme escondido no porão. Ao colocarem a película para rodar, eles liberam um demônio sexual que passa a persegui-los, causando altas confusões.
“Diabo Vermelho”
“Diabo Vermelho” é o primeiro longa-metragem de horror produzido na história do Panamá. Dirigido por Sol Charlotte e J. Oskura Nájera, o filme se utiliza de fábulas do folclore panamenho para contar uma história de vingança e luto. O longa segue um motorista de ônibus que é vítima de um misterioso feitiço e acaba perdido na floresta de Chiriqui, onde terá que combater criaturas maléficas com a ajuda de seu assistente, um padre e dois policiais.
“Tóxico”
“Tóxico” é um road movie distópico realizado pelo argentino Ariel Martínez Herrera. Ele retrata um casal durante uma pandemia e traz cenas com as quais já estamos nos familiarizados: uso de máscaras, distanciamento entre as pessoas, prateleiras de supermercados vazias…
Em meio a uma misteriosa pandemia de insônia, que logo toma proporções catastróficas, Laura e Augusto tentam fugir do caos em seu motor-home. O que encontram, porém, é um mundo cada vez mais estranho e perigoso.
“Matar o Dragão”
O filme “Matar o Dragão” é um suspense de horror sobre uma garota que retorna a um povoado duas décadas após ser dada como desaparecida. O longa é dirigido por Jimena Monteoliva, cineasta já conhecida pelo público do Fantaspoa, onde já exibiu seus dois longas anteriores, “Toda La Noche” e “Clementina”.
Em “Matar o Dragão”, inúmeras meninas de um povoado desapareceram misteriosamente durante anos. Uma delas foi Elena, que reaparece vinte e cinco anos depois e é acolhida por seu irmão mais velho, Facundo. Ele tenta incluí-la na sua rotina familiar, mas Elena carrega consigo o terror de seu passado.
“Zumbis no Canavial: O Documentário”
O criativo documentário “Zumbis no Canavial: O Documentário”, dirigido por Pablo Schembri, faz a seguinte pergunta: E se o cinema de zumbis tivesse origem na Argentina?
A partir dessa premissa, o longa-metragem acompanha uma investigação atrás de informações sobre o filme de mesmo nome, que teria sido pioneiro no gênero.
Relatos indicam a existência de um obscuro filme argentino de grande valor histórico: teria precedido em três anos “A Noite dos Mortos-Vivos”, de George A. Romero, sendo o verdadeiro pioneiro dos filmes de zumbi. Em busca do roteiro original da obra, o pesquisador Luciano Saracino se pergunta: seria o clássico de Romero um plágio?
“Camarada Drácula”
“Camarada Drácula”, do diretor Márk Bodzsár, representa o cinema húngaro. Em tom cômico, o filme se passa nos anos 70 e conta a história de um jovem casal de agentes secretos da polícia húngara que, com muitos alhos e crucifixos, tentam desvendar o porquê de um herói revolucionário nunca envelhecer. Durante a investigação, nasce um triângulo amoroso e todos terão que escolher entre amor, sangue e comunismo.
“A Cor Rosa”
O horror teen “A Cor Rosa” é o filme é a estreia na direção da atriz canadense Courtney Paige e já foi premiado no Canadian Cinematography Awards como melhor filme de horror. Na história, um grupo de jovens garotas da elite de uma cidade do interior dos Estados Unidos inicia um culto secreto no qual cada uma representa um dos sete pecados capitais. O desaparecimento de algumas delas torna evidente a existência de mistérios rondando a pequena comunidade religiosa.
“Cabrito”
O terror nacional também está presente na mostra. O filme “Cabrito”, de Luciano de Azevedo, é baseado no premiado curta-metragem de mesmo nome, também dirigido por Azevedo, e narra a violência física e psicológica sofrida por um homem atormentado por sua família fanática religiosa. “Cabrito” levou o prêmio de Melhor Longa-Metragem no evento italiano The Optical Theatre Festival 2019.
Dividido em três partes, o longa conta a história de um homem assombrado pelas pessoas que ama. O filme inicia com seu pai e o começo do canibalismo na família. A segunda parte foca na forma como a religiosidade bizarra de sua mãe o afetou, e o ato final é sobre a obsessão nunca superada do personagem principal com seu primeiro amor.
“Pedra, Papel e Tesoura”
Em sua primeira exibição no Brasil, o longa argentino “Pedra, Papel e Tesoura” narra a trama de dois irmãos dispostos a tudo para não dividir a herança do pai com sua meia-irmã. Jesus e Maria José vivem juntos na casa que pertenceu a seu recém-falecido pai. Sua rotina é interrompida com a chegada de sua meia-irmã, Madalena, que reivindica sua parte da propriedade. Sem nenhuma intenção de dividir a casa, Jesus e Maria envolvem Madalena em jogos perversos em que não se sabe quem tem a pedra, o papel ou a tesoura. O filme foi dirigido por Martin Blousson e Macarena García Lenzi.
“Sator”
O horror minimalista “Sator”, do estadunidense Jordan Graham vem chamando a atenção no circuito de festivais por seu estilo artístico e meditativo, conta a trágica história de uma família atormentada por demônios. Adam vive isolado em uma cabine na floresta. Suas únicas distrações são acompanhar câmeras de observação instaladas em árvores e as ocasionais visitas de seu irmão, Pete. Porém, há ainda uma outra presença familiar em sua vida: sua avó Nani, que carrega junto consigo o secular espírito maligno Sator.
“Ausente”
Primeiro filme de Arttu Haglund, “Ausente” já demonstra a ambição do diretor finlandês. O longa-metragem, sobre um homem que começa misteriosamente a se teletransportar, foi filmado em 30 diferentes países em 5 continentes. “Ausente” recebeu o prêmio de Melhor Filme pelo júri da crítica no último Fantasporto. Na trama um pai de família angustiado com sua atual situação de vida encontra um conforto inesperado ao descobrir sua capacidade fantástica de se teletransportar aleatoriamente ao redor do mundo, deixando sua esposa sozinha para sustentar a filha pequena.
“Crazy World”
“Crazy World” foi dirigido pelo ugandense Isaac Godfrey Geoffrey Nabwana, o homenageado deste ano no Festival. O cineasta aprendeu o oficio assistindo tutoriais na internet e nos últimos 15 anos produziu cerca de 50 longas de ação. Os filmes são rodados na favela onde mora, de forma artesanal com baixíssimos orçamentos, mas com muita inspiração e criatividade. As obras de “IGG Nabwana” como é popularmente conhecido, projetam internacionalmente a imagem que ele tem de seu país e reforçam a sua importância para a cultura local. O diretor mostra ao mundo o poder da arte como força transformadora da sociedade. Em “Crazy World”, uma famosa gangue chamada Máfia do Tigre sequestra um grupo de crianças acreditando que irão enriquecer com uma propriedade mágica presente em seu sangue. Para seu azar, as crianças capturadas são “Waka Stars”, mestres na arte do Kung Fu.
“O Velhaco: O Filme”
O longa-metragem de animação “O Velhaco: O Filme” vem da Estônia. Dirigido por Oskar Lehemaa e Mikk Mägi, o filme é uma adaptação da homônima série de TV e internet de grande popularidade no país e acompanha as aventuras de três garotos urbanos que vão passar um verão com seu avô no campo. As crianças acidentalmente libertam a sua vaca. Agora, o velho e seus netos terão 24 horas para achar este bovino desgarrado, antes que seu úbere exploda e liberte o lactopalipse sobre a face da Terra.
“A Maldição de Valburga”
Em “A Maldição de Valburga”, dois irmãos vigaristas que moram na Eslovênia tentam ganhar dinheiro fácil enganando turistas ricos que visitam o país. Para tal organizam um passeio turístico para uma mansão em Valburga que teoricamente pertenceu ao primo do conde Drácula. Eles atraem alguns visitantes: satanistas suecos procurando por relíquias perdidas, góticos franceses em uma caça aos vampiros, um produtor pornô russo e duas atrizes e um casal de alemães que só querem beber cerveja e se divertir. Sem saber dos horrores escondidos na mansão, eles logo percebem que a verdadeira lenda é muito mais horrenda e aterrorizante. O filme foi ditigido por Tomaž Gorkič.
“Skull – A Máscara de Anhangá”
O aguardado segundo longa de Armando Fonseca e Kapel Furman: “Skull – A Máscara de Anhangá” é um dos filmes que marcam o encerramento da décima sexta edição do Fantaspoa. Trata-se de um slasher baseado na mitologia pré-colombiana. Após décadas desaparecido, um artefato místico conhecido como “A Máscara de Anhangá” ressurge na metrópole de São Paulo. A Máscara tem o imenso poder de encarnar uma entidade milenar. Manco Ramirez, o herdeiro responsável pela guarda do artefato, e a policial Beatriz Obdias são arrastados para dentro do rastro de sangue deixado pela Máscara. A obra foi celebrada por público e crítica em sua estréia no Chattanooga Film Festival. “Skull” ficará disponível entre os dias 31 de julho e 2 de agosto na Darkflix.
A mostra ainda oferece muitos títulos, são vários longas e curtas-metragens esperando por você, mas se apresse, os filmes só estarão disponíveis na Darkflix até o dia 02 de agosto, quando se encerra o Fantaspoa. Não perca essa oportunidade e acesse de forma inteiramente gratuita todo o conteúdo do festival.