A produtora Vermelho Profundo é uma das homenageadas da Mostra macaBRo – Horror Brasileiro Contemporâneo, promovida pelo Centro Cultural Banco do Brasil. O evento online acontece em parceria com a plataforma Darkflix entre os dias 28 de outubro e 23 de novembro.
Na primeira semana de exibições a mostra apresenta longas e curtas-metragens da produtora paraibana especializada em filmes dos gêneros de horror, ficção científica, suspense e western. Serão exibidos os filmes “A Noite Amarela”, “O Hóspede”, “Não tão Longe”, “O Desejo do Morto”, “Cova Aberta”, “Mais Denso que o Sangue”, “Os Mortos”, entre outros.
Atualmente a produtora Vermelho Profundo é uma das principais representantes do cenário cinematográfico de Paraíba, prova da descentralização das produções no eixo Rio-São Paulo. Criada em 2013 por Ramon Porto Mota em parceria com os sócios Ian Abé, Jhésus Tribuzi e Fabiano Raposo, a empresa recebeu esse nome em homenagem ao filme “Profondo Rosso” (1975), obra de terror do mestre Dario Argento, conhecido pela estética onírica de seus longas, como “Suspiria” (1977). A empresa surgiu para ampliar os projetos do grupo, que já possuíam um retorno positivo pelos trabalhos realizados até então.
Notoriamente, seus filmes refletem a predileção pelo cinema de gênero. As inspirações do quarteto passam pelas obras dos italianos Mario Bava, Lucio Fulci – e obviamente Dario Argento -, e seguem por nomes como Wes Craven, John Carpenter e Tob Hooper, mestres do terror americano da década de 1970.
No portfólio da produtora há curtas e longas peculiares e diversificados, desde projetos de séries para TV, filme policial, comédia, ficção-cientifica e híbridos: trabalhos com gêneros misturados que buscam um contato direto com o público.
Suas produções ganharam destaque a partir das exibições em festivais que fugiam do eixo formado por Brasília e Gramado, como a Mostra de Tiradentes, Mostra de Ouro Preto e CineBH, além do Festival Internacional de Curtas de São Paulo e o Festival de Curtas de Belo Horizonte, eventos alternativos que abriram as portas para a produtora que chegou a ser homenageada (pela primeira vez) em 2015, na 9º CineBH com uma retrospectiva de seus curtas.
Desde a sua criação, há sete anos, a Vermelho Profundo ganhou o mundo. Em 2019, por exemplo, o longa “A Noite Amarela”, dirigido por Mota, passou por festivais internacionais e ganhou o prêmio de melhor diretor no Brooklyn Horror Film Festival, que aconteceu em Nova York, nos Estados Unidos. Outras obras do grupo também tiveram ótimos feedbacks e foram premiadas em solo nacional, mostrando que o terreno da produtora é fértil.
E mais projetos já estão a caminho. Segundo Ian Abé, sócio da Vermelho Profundo, um curta (ainda sem nome) filmado no início do ano já está em fase de finalização. A direção é de Abé em parceria com o cineasta Rodolpho de Barros – diretor do curta “A Ética das Hienas” (2019).
Outro filme deve ser dirigido por Abé, o longa-metragem “O Braço”. O projeto já foi aprovado em edital municipal de João Pessoa através da produtora Electra Filmes de Mariah Benaglia. Jhésus Tribuzi também deve se juntar à produção. A trama acontece em um condomínio de classe média alta em João Pessoa. Na noite de feriado de carnaval, um braço decepado é encontrado boiando na piscina. Os poucos moradores e trabalhadores que estão por lá não sabem o que fazer e tampouco têm ideia de onde veio aquilo: Para alguns, é obra de um assassino que anda por ali. Para outros, uma espécie de terrorismo político ou até mesmo um sinal divino. Na medida em que tentam desvendar o mistério, a tensão se eleva e eles começam a dúvidar uns dos outros.
Mais dois longas escritos em parceria com o Núcleo Criativo da Vermelho Profundo estão em fase de captação: “O Medo Entre Nós”, de Abé e Flávio C. von Sperling (vulgo Flamingo) e “O Uivo”, também escrito por Abé.
Em “O Uivo”, Chris e Monica viajam pelo Nordeste do Brasil para tentar retomar o casamento. Ele, estrangeiro, ex-policial infiltrado, tenta resgatar a sua vida. Ela, escritora, brasileira, aceita a experiência de visitar um amor antigo. A história de ambos é carregada de traumas e estes, por sua vez, reforçam a crise em que o relacionamento se encontra. Todavia, eles optam por tentar se entender. Nessa viagem sem rumo, cada um busca encontrar no outro as perspectivas de um casal que não se conhece mais.
Já estamos ansiosos!