Entre a gama de filmes da programação da 12º CRASH – Mostra Internacional de Cinema Fantástico, que começou nesta quarta-feira (09) através da plataforma Darkflix, alguns títulos fazem parte das mostras paralelas em homenagem aos convidados internacionais e ao movimento cinematográfico que ocorreu nos anos 1970, o Blaxploitation. A ideia é apresentar ao público algumas das inúmeras produções do gênero que durou por cerca de uma década.
O termo Blaxploitation – junção das palavras black (“negro”) e explotaition (“exploração”) – foi cunhado por Junius Griffin, ex-produtor e ex-presidente do Los Angeles National Association of Colored People (NAACP). O movimento emergiu nos Estados Unidos no início da década de 1970 com o objetivo de chamar a atenção da indústria para a falta do protagonismo negro no cinema.
As produções da época expressavam a exclusão. Os filmes eram feitos por diretores, atores, e músicos negros para um público que queria se ver retratado na tela, não como um coadjuvante, serviçal, mas como o personagem principal da história, o herói às avessas, o detetive, a policial, o poderoso conde vampiro, a vingadora, o lutador. E a audiência se deliciava com a suposta inversão da ordem: negro protagonista e perspicaz, branco coadjuvante abobado. Tiradas de humor sobre os arquétipos usuais dos filmes brancos eram constantes.
Embora não fosse um cinema de reflexão, como muitos almejavam na época, era um cinema repleto de clichês, comicidade, vingança e raiva, que com muita ironia jogava na cara da sociedade norte-americana a discriminação sofrida. Hoje, devido ao distanciamento histórico, é possível analisar melhor a contribuição e relevância do Blaxploitation para a indústria da sétima arte. Ele, indiretamente abriu portas e ficará na história por cumprir essa função.
Para relembrar esse gênero que marcou época, a mostra CRASH apresenta oito títulos que flertam com o terror e o humor. Confira:
“A Vingança dos Mortos” (1974)
Proprietário de uma casa noturna de sucesso, Langston pede sua namorada, a fotógrafa Diana “Sugar” Hill, em casamento. No entanto, o chefão, Morgan e seus capangas matam Langston quando ele se recusa a vender o clube. Sugar Hill procura a sacerdotisa vodu, Mama Maitresse, para vingar sua morte. Mama convoca o Senhor dos Mortos, Barão Samedi, para ajudar Sugar em sua tarefa. Em troca, ela oferece sua alma a ele. Enquanto isso, seu namorado anterior, o detetive Valentine, investiga as mortes dos mafiosos de Morgan e suspeita que o assassino está usando vodu.
“Blacula, O Vampiro Negro” (1972)
Com direção de William Crain, “Blacula, O Vampiro Negro” apresenta a trama do sanguessuga que vai atrás da reencarnação da amada, mote que seria usado um ano depois no telefilme “Drácula – o Demônio das Trevas” de Richard Matheson e também na versão de Francis Ford Coppola, em 1992. Injustamente, o mérito da nova perspectiva da história ficou com Matheson. Neste filme, Mamuwalde, um príncipe africano, e sua esposa Luva, pedem a ajuda de Drácula para impedir o tráfico de escravos. Porém o conde ataca o príncipe e mata sua amada. Transformado em vampiro, o príncipe é aprisionado em um caixão e lá permanece. Séculos mais tarde, Mamuwalde ressuscita na moderna Los Angeles, nos anos 1970. Logo ele parte em busca de seu antigo amor.
“A Mansão da Caveira” (1974)
Os herdeiros da fortuna de uma sacerdotisa vodu são convocados para a leitura do testamento em uma mansão assustadora no subúrbio de Atlanta. Logo, eles começam a ser assassinados, um a um. Resta aos sobreviventes descobrir que está cometendo os crimes antes que todos sejam mortos. A direção é do cineasta Ron Honthaner e conta com as atuações de Victor French, Janee Michelle, Jean Durand.
“Petey Wheatstraw, O Genro do Diabo” (1977)
Dirigido e co-escrito pelo cineasta Cliff Roquemore em parceria com o comediante Rudy Ray Moore (que também protagoniza o filme), “Petey Wheatstraw, O Genro do Diabo” é um terror cômico que segue a mesma receita dos filmes anteriores de Moore com leve pitadas dos shows de stand up do humorista. Neste clássico, Petey Wheatstraw é morto pelos seus arqui-rivais, Leroy e Skillet. Petey acaba no Inferno e recebe uma oportunidade única: em troca de seu retorno à terra, ele deve se casar com a filha de Satanás. Mas há um pequeno problema, ela é a mulher mais feia do mundo. Petey vai conseguir derrotar o tinhoso com sua bengala mágica ou será forçado a se tornar genro do Diabo?
“A Reencarnação de J.D. Walker” (1976)
Isaac é um estudante negro de direito calmo e esforçado que leva uma vida sem confusão. Tudo muda quando ele vai até um clube noturno e é hipnotizado. Ele passa a ter fortes dores de cabeça e sonhos estranhos onde um homem é baleado pelas costas. Aos poucos o seu comportamento também muda, ele se torna agressivo e parece estar tomado por outra personalidade. O que seus amigos e sua namorada não sabem é naquela noite no clube, Isaac foi possuído pelo espirito inquieto de um mafioso que morreu violentamente em 1942. Agora, o mafioso busca vingança contra as pessoas que mataram ele e sua irmã e vai usar o corpo do estudante para realizar seu plano.
“Ganja & Hess, A Noite do Vampiro” (1973)
“Ganja & Hess, A Noite do Vampiro” traz o ator Duane Jones, protagonista de “A Noite dos Mortos Vivos”, de George A. Romero, em seu segundo papel de destaque. Na trama, o renomado antropologista Hess Green é infectado por um vírus responsável por uma epidemia vampírica. Green tenta manter segredo sobre a sua condição, mas pagará um preço alto por isso. Bill Gunn, diretor e roteirista do filme, usa o vampirismo como metáfora para o vício em heroína. “Ganja & Hess” foi considerado pela crítica da época como um dos filmes mais importantes do cinema negro norte-americano.
“A Fera Deve Morrer” (1974)
Com Peter Cushing no elenco, no filme britânico “A Fera Deve Morrer” acompanhamos oito pessoas que foram convidadas para passar o fim de semana em uma propriedade numa ilha. Um deles é um lobisomem. Resta ao espectador, descobrir quem é a fera. Dirigido por Paul Annett e roteirizado por Michael Winder, o longa foi baseado no conto “There Shall Be No Darkness” de autor James Blish.
“Os Gritos de Blácula” (1973)
Nesta sequência de “Blácula, O Vampiro Negro”, Mamuwalde, é ressuscitado por uma praticante de vodu africano que acaba se tornando sua escrava. O vampiro cria uma horda de sanguessugas que iniciam uma onda de assassinatos. Os crimes começam a ser investigados por Justin Carter, um policial que coleciona antiguidades africanas e tem grande interesse pelo ocultismo.
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