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Entrevistamos Getro Guimarães, o publicitário por trás do afamado Canal que leva seu nome

Se fosse possível, certamente Getro Guimarães, adicionaria algumas horas no seu dia. Com muito malabarismo e organização, ele concilia seu tempo entre o mercado publicitário, a produção de conteúdo para seu blog, canal no Youtube, redes sociais e a gestão da sua loja online, a GetroStore. Além disso, o cinéfilo de carteirinha aficionado por produções de terror, também atua como jurado em de Festivais de Cinema do gênero, participa de lives, podcasts e debates sobre o tema.

Recentemente, seu canal ultrapassou a marca de 400 mil inscritos e já é considerado um dos mais populares do YouTube quando o assunto é cinema fantástico e suas vertentes. Seu último vídeo, postado há alguns dias, já alcançou mais de 44 mil visualizações e a contagem segue aumentando.

Em 2019, o publicitário criou o Getro Awards, uma premiação online nada convencional que celebra os filmes, personagens e realizadores mais sangrentos do ano. O Troféu Motosserra laureia os escolhidos em várias categorias criativas, como o personagem mais bizarro, a cena gore mais insana, o terror mais esquisitão, o mais decepcionante, o mais surpreendente, e até mesmo o inscrito(a) badass, que premia o seguidor mais engajado do ano. (Os vencedores de 2020 já foram divulgados, clique aqui para assistir).

Com o sucesso do canal, Getro planeja trazer novos quadros, inaugurar um clube para membros e atualizar o cenário.

Quer conhecer um pouco mais sobre o profissional por trás de tanta criatividade e dedicação? Então confere a nossa entrevista.

 

Foto: Arquivo pessoal

 

Darkflix: Quem trabalha, direta ou indiretamente com cinema, “normalmente” é um apaixonado pela sétima arte. Esse é o seu caso? E quando essa paixão aflorou?

Getro: Sim, meu caso! Comecei a gostar de cinema na infância, por volta dos 7, 8 anos. Meu pai adorava ver filmes e isso acabou passando para mim.

 

D: Você sempre teve uma queda por obras mais assustadoras? Lembra do primeiro filme de terror que te deixou impressionado?

G: A paixão pelo terror surgiu junto com o amor pelo cinema. De “E.T. – O Extraterrestre” para “Sexta-feira 13” foi um pulo. Com o advento do VHS, o consumo só foi aumentando. O primeiro filme que tirou meu sono foi o italiano “Zombi 2” do Lucio Fulci. Assisti no cinema com apenas 9 anos de idade. A censura era 18 anos! Meu pai e o bilheteiro do cinema eram grandes amigos e ele (irresponsavelmente) me deixou entrar.

 

D: Quando sentiu a necessidade de criar o blog para falar de cinema?

G: Em 2002, me tornei sócio de uma empresa de criação de websites e uma coisa levou a outra. Em 2004, os blogs estavam no auge e resolvi também surfar esta onda.

 

D: O canal no YouTube surgiu mais tarde, com grande parte do conteúdo já voltado para o gênero de terror e suas vertentes. Quando decidiu que iria apostar neste nicho?

G: As listas de filmes bizarros e perturbadores já faziam sucesso no getro.com.br. Ao levá-las para o Youtube, a receptividade do público foi imensa. Apesar de me divertir falando de todos os gêneros, eu me sentia mais confortável e seguro abordando o terror e suas variantes. Os inscritos pediam por mais conteúdo voltado ao cinema fantástico e na virada de 2017 para 2018 decidi que o canal abraçaria de vez o terrorzão.

 

D: Você é um grande conhecedor do universo cinematográfico do horror e seus subgêneros, seja sobre filmes undergrounds ou grandes produções e seus realizadores. Como se tornou um expert no assunto?

G: Na década de 1980, quando o VHS vivia seu apogeu, o acesso a informação era mínimo. Então, eu consumia (com muita sede) todas as revistas especializadas sobre cinema que circulavam naquela época: VideoNews, Cinemim, Set… Tinha até uma assinatura da americana Fangoria! Nos anos 2000, para manter meu blog sempre alimentado, passei a pesquisar bastante por tudo quanto é notícia envolvendo as produções de gênero. E ainda faço isso com frequência. Mas estou longe de me tornar um “expert”.

 

D: Sobre o terror, você já foi muito fã de slasher, atualmente prefere outro subgênero?

G: Ainda curto um slasher, adoro ver o sangue escorrer com gosto. Mas, hoje prefiro os filmes de terror com uma pegada “sensorial psicológica”. Longas-metragens que me fazem sentir e refletir.

 

D: Acha que existe uma classificação de relevância entre os subgêneros de horror na indústria?

G: Não. Acredito que haja decisões mercadológicas na hora de escolhê-los. Produzir mais desse ou daquele subgênero por conta do apelo junto ao público. Embora seja arte, o cinema é feito de número$.

 

D: Acredita que, como qualquer outra categoria de longa-metragem, o terror (seja psicológico, terrir ou um snuff movies, etc.) também é transformador e pode fazer o telespectador refletir sobre determinada questão ou realidade?

G: Sim! Não é à toa que hoje muito se fala sobre o terror “social”, o terror “engajado”, o “pós-terror”. Acho péssimo todas essas nomenclaturas. Parece até que o gênero começou a se preocupar com temas da atualidade só agora. “O Gabinete do Dr. Caligari” realizado há 100 anos já trazia comentários sociais nas entrelinhas. O recente “O Que Ficou Para Trás” (que aborda a crise dos refugiados na Europa) é um ótimo exemplo de como o cinema de terror pode levar o espectador a repensar e refletir sobre a realidade que o cerca.

 

D: Voltando a falar sobre o seu canal, você parece bem à vontade no vídeo e domina com excelência os temas abordados – percebemos isso já na primeira publicação. Como foi o início no YT? A sua bagagem publicitária ajudou no projeto, principalmente no planejamento e produção do mesmo?

G: Eu sempre fui um cara de bastidores e trabalhar na frente da câmera foi um processo complicado no início. A desenvoltura veio com a prática. A experiência com publicidade ajudou no planejamento do canal, no branding e na imposição das metas a serem atingidas.

 

D: Por falar em publicidade, você ainda atua na área, certo? Como consegue conciliar o trabalho com a criação de conteúdo (blog e o canal)? Conta com alguma ajuda?

G: Esta é uma pergunta que eu mesmo me faço às vezes: “Como consigo conciliar tudo ao mesmo tempo agora?”. Com muito malabarismo e organização. Nos trabalhos voltados para o mercado publicitário, sim, conto com uma equipe. No canal, a conversa é outra. Exército de um Homem Só: roteirizando, gravando, editando e fazendo as thumbs dos vídeos.

 

D: Hoje, você também possui a Getro Store, onde comercializa produtos temáticos diferenciados. A marca “Getro” (Blog, YT e loja online), já é um negócio rentável?

G: Sim, Blog e Canal são um negócio rentável a algum tempo. A loja ainda está engatinhando. Por estarmos localizados no Nordeste, temos problemas de logística que impedem a Getrostore de deslanchar na velocidade almejada. Mas espero resolver isso em breve.

 

D: Com mais de 400 mil inscritos, o canal já é referência no assunto. Quais são os planos futuros para ele?

G: Trazer novos quadros, inaugurar o Clube de Membros e trocar o chroma key por um cenário cabuloso. Não necessariamente nesta ordem.

 

D: Na sua opinião, quais são os cinco filmes mais relevantes para o cinema de terror?

G: “Psicose”, “O Exorcista”, “O Massacre da Serra Elétrica”, “Halloween” e “A Bruxa de Blair”.

 

D: Quais os cinco filmes de terror que você já assistiu várias vezes, mas ainda assistiria novamente, por prazer?

G: “O Exorcista”, “O Bebê de Rosemary”, “O Massacre da Serra Elétrica”, “Psicose” e “Holocausto Canibal”. Tenho todos eles na minha coleção e estou sempre revendo.

 

D: E quais os cinco filmes imperdíveis da plataforma Darkflix?

G: A Darkflix tem muita coisa legal que não encontramos em outros serviços de streaming nacionais: “Martyrs”, “O Homem de Palha”, “O Gabinete do Dr. Caligari”, “Eles Vivem” e o documentário “In Search of Darkness”. Todos imperdíveis para os fãs do gênero.

 

 

 

DARKFLIX é um serviço de streaming de filmes e séries dos gêneros terror, ficção-científica e fantasia. Baixe o aplicativo DARKFLIX no seu celular ou tablet diretamente de sua loja de aplicativos ou acesse pelo site www.darkflix.com.br. Para ter acesso ao conteúdo pago basta assinar o serviço por R$ 9,90/mês, ele pode ser pago através de cartões de crédito, boletos bancários ou transferência bancária. A DARKFLIX está integrada ao Google Chromecast e outros serviços de casting similares.