Que tal embarcar em um dos subgêneros mais criativos e por que não, lucrativos do terror: o Found Footage. Filmes que seguem essa fórmula, normalmente são editados a partir de gravações amadoras feitas em diferentes dispositivos, como câmeras pessoais, de segurança, webcams ou celulares, sempre com certo improviso nas filmagens e na narrativa. Quando bem idealizadas, proporcionam a imersão do espectador em uma experiência assustadora.
O Found Footage ganhou força no final dos anos 1990, época em que foi lançada a produção independente “A Bruxa de Blair” (1999). A grande sacada do filme foi a forma de divulgação, o longa chegou aos festivais e salas de cinema como um documentário real montado a partir das filmagens encontradas na floresta onde os três jovens da história desapareceram. Mas, seus realizadores não foram pioneiros nesta tática. Em 1980, “Holocausto Canibal”, já tinha feito algo semelhante. Ruggero Deodato, diretor do longa, declarou que tudo no seu filme era real. Tais afirmações tiveram grande repercussão e Deodato teve que se explicar diante de um juiz e precisou convence-lo que ninguém havia sido morto durante as filmagens.
O fato é que “Bruxa de Blair” fez um sucesso estrondoso, inspirou outras obras que também mergulharam no estilo “filmagem encontrada” e mudou a forma de se fazer terror: pouco investimento, criatividade e uma boa história.
Para você mergulhar nas águas deste subgênero, selecionamos cinco opções disponíveis no catálogo da Darkflix. É só dar o play e desvendar os mistérios de cada história.
“Bruxa de Blair” (1999)
Não poderia ser de outra forma, a primeira sugestão é o filme “A Bruxa de Blair”, produção obrigatória aos fãs do terror. Nele, acompanhamos três jovens estudantes rumo a Maryland para filmar um documentário sobre uma lenda local: a Bruxa de Blair. Após entrevistarem os moradores da região, o trio segue para a floresta ao norte de Burkittsville, a fim de procurar evidências da existência da Bruxa. No terceiro dia, o trio tenta voltar, mas chegam a conclusão de que estão perdidos. A partir disso, eventos estranhos e assustadores começam a acontecer e o jovens percebem que talvez a lenda seja real.
“Holocausto Canibal” (1980)
O pai dos Found Footage também é um dos filmes mais perturbadores já produzidos na história do cinema. A trama de “Holocausto Canibal” acabou indo longe demais, de fato, tão longe, que algumas vidas foram perdidas. Dirigido por Ruggero Deodato, o longa de terror italiano se tornou alvo de controvérsias devido ao incrível realismo e a violência gráfica exibida durante os seus 96 minutos. Na verdade, Deodato foi preso logo após a estreia do longa, pois muitas pessoas acreditavam que alguns dos atores tinham realmente morrido durante as cenas, isso porque a violência praticada contra eles parecia extremamente real. O diretor foi solto, mas o filme foi banido em vários países. Apesar dos atores terem sobrevivido às filmagens, infelizmente alguns animais não tiveram essa sorte. Na trama, quatro americanos desparecem quando estão na Amazônia produzindo um documentário sobre tribos indígenas. Uma missão de resgate é organizada, mas o grupo só encontra as filmagens feitas pelos documentaristas que revelam o seu trágico destino.
Creep (2014)
Utilizando o improviso, recurso usado com sucesso em “A Bruxa de Blair”, os atores de “Creep” atuam diante da câmera para contar uma história que faz jus ao título. No filme, acompanhamos Aaron, um produtor de filmes que está passando por dificuldades financeiras. Ele aceita um trabalho anunciado no popular site Craigslist, um tipo de classificados online. O anuncio, feito por um tal de Josef, busca por um profissional que realize oito horas de filmagens. Sem muitos detalhes, Aaron parte para uma região montanhosa para encontra-lo. Lá descobre que seu contratante está doente e quer gravar o seu cotidiano para que seu futuro filho possa ter recordações dele. Tudo parece normal, até que o comportamento de Josef se torna cada vez mais estranho. O longa foi produzido pela Blumhouse, estúdio famoso por filmes como “Corra”, “Fragmentado”, “Atividade Paranormal”, “Infiltrado na Klan”, “Whiplash – Em Busca da Perfeição”, entre outros.
“O Segredo do Lago Mungo” (2008)
Embora “O Segredo do Lago Mungo” seja um mockumentário, o longa consegue convencer o espectador até o final que tudo o que se passa na história é verdade e isso diferencia o filme de tantos outros que bebem no mesmo formato. A obra australiana, escrita e dirigida por Joel Anderson, foca no terror psicológico ao contar a história de Alice Palmer, uma adolescente que morre afogada acidentalmente num lago local. Após o enterro, os pais e o irmão da adolescente começam a presenciar manifestações sobrenaturais, surgem inclusive fotografias e vídeos onde pode-se ver a silhueta da jovem morta. Uma investigação paranormal se inicia para desvendar o verdadeiro segredo por trás da morte de Alice.
“O Labirinto de Melinda” (2010)
“O Labirinto de Melinda” conta a história de uma família encontrada morta em sua casa de campo em Sitges, em abril de 2010. As autoridades responsáveis pela investigação informaram a existência de 37 horas de evidências em vídeos. Tais fitas foram compiladas e transformadas em filme. Durante o longa acompanhamos as gravações feitas por Christian e July que investigavam uma lenda local sobre o fantasma de uma mulher chamada Melinda que costuma vagar pela floresta Garraf. As gravações mostram os últimos cinco dias de Cristian Quintanilla e seus irmãos, no quinto dia foram achados mortos em circunstâncias estranhas.