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Noirvembro: 7 filmes de terror noir para assistir agora na Darkflix

Talvez a mistura das palavras não seja tão criativa, mas atende a intenção do texto, sugerir filmes de terror ao estilo noir para assistir ainda em novembro, daí o noirvembro, o melhor mês para tal trocadilho, certo? Certo!

São sete filmes (um para cada dia da semana), para você explorar o cinema de luz, escuridão e sombras aterradoras. Não vão faltar histórias fatalistas, imagens altamente estilizadas, protagonistas moralmente ambíguos, cenários urbanos, corrupção e claro, a personagem femme fatale.

Então, vamos lá. Não é tão fácil classificar um filme noir, ele não é um gênero, mas um movimento que surgiu por razoes especificas em determinado momento da história. Por certo, sabemos que seu principal catalizador foi a Segunda Guerra Mundial. De forma resumida, ele nasceu nos Estados Unidos, foi estilizado por cineastas alemães e batizado pelos franceses.

O escritor americano Dennis Lehane, autor de “Shutter Island”, “Sobre Meninos e Lobos”, entre outros, certa vez disse, “Em Shakespeare, os homens caem dos tronos. No noir, eles caem da sarjeta.”

Obras caracterizadas como noir normalmente abordam a tragédia, a perda da segurança, da estabilidade, que leva personagens a ações impensáveis e desumanas. A trama é composta por algum tipo de desgraça e pavor, algo que o aproxima das obras de terror, um gênero que também abrange uma ampla gama de subgêneros dentro de si. Tanto o noir, quando o terror, usam suspense e mistério para manipular emoções, ambos frequentemente (embora nem sempre) giram em torno de alguma forma de transgressão violenta e conduzem a um caminho de ruína. Na lista abaixo, selecionamos filmes que possuem ambos elementos, sendo difícil fazer tal distinção. Confira, se tiver coragem.

 

CORAÇÃO SATÂNICO (Angel Heart), 1987

“Coração Satânico”, brilhantemente orquestrado por Alan Parker, se baseia na obra-prima de William Hjortsberg e faz o casamento perfeito entre o horror psicológico e o noir. Na trama, o então sex symbol, Mickey Rourke atua como protagonista e o ator Robert De Niro vive o antagonista Louis Cyphre, ambos com uma interpretação brilhante e diabólica. O enredo se passa em 1955, em Nova York. O detetive particular Harry Angel (Rourke) é contratado pelo rico empresário Louis Cypre para encontrar o músico Johnny Favorite, desaparecido desde seu retorno da guerra. A busca o leva à Nova Orleans se torna uma verdadeira descida ao inferno enquanto Angel se depara com rituais macabros, mortes e muito sangue. Quanto mais peças do quebra-cabeça ele junta, mais perto de uma revelação inquietante chega. Uma obra imperdível, quanto mais vezes você vê o filme, mais assustador ele se torna.

 

AS DIABÓLICAS (Les Diaboliques), 1955

Em “As Diabólicas”, acompanhamos um triângulo amoroso baseado em amor e ódio, dominação e inteligência. A trama se desenvolve entre Michel Delasalle, cruel diretor de uma escola, sua esposa Christina e a amante de eu marido, Nicole. Logo no inicio já descobrimos que as duas mulheres se tornaram amigas e juntas criam um plano para matar Michel, mas após o suposto assassinato seu corpo desaparece e estranhos acontecimentos passam a atormentar as mulheres. Dirigido pelo controverso Henri-Georges Clouzot, a obra é considerada um marco do cinema como um dos melhores thrillers já produzidos nas últimas décadas. Na publicação Guide des Films do grande historiador francês Jean Tulard, o longa recebeu três estrelas, algo alcançado por poucas obras. De acordo com Tulard, “uma atmosfera inquietante e uma angústia surda pairam neste filme perfeitamente controlado, em que reina um clima sombrio e desesperador. De seus ambientes nasce uma poesia mórbida que amplia o valor deste hábil suspense noir”.

 

TENEBRE (Tenebre), 1982

O giallo italiano representa o nexo perfeito entre crime e terror, incorporando elementos essenciais do teatro Grand Guignol, mistério policial, romance gótico, thrillers hitchcockianos e filmes de horror. E quando pensamos em giallo, “Tenebre” vem à mente, uma verdadeira pérola do consagrado Dario Argento. Aqui, acompanhamos o escritor americano Peter Neal durante a sua visita à Roma para divulgar seu novo livro, intitulado Tenebre. Enquanto se encontra na cidade, uma jovem é assassinada e páginas de sua publicação são encontradas na boca da vítima. O autor decide investigar o mistério com a ajuda de dois detetives. O diretor vai apresentando várias pistas durante a trama sobre quem é o assassino, ainda assim é difícil deduzir quem está por trás dos crimes, pois novos acontecimentos e mortes confundem o espectador. O verdadeiro criminoso só é relevado no final, para a surpresa de todos. Este é um dos mais violentos filmes do cineasta e está entre as melhores obras de Argento. A trilha sonora foi realizada pelo notável grupo Goblin e a fotografia ficou a cargo de Luciano Tovoli, de “Suspiria”, que fez um belíssimo trabalho.

 

OS OLHOS DE LAURA MARS (Eyes of Laura Mars), 1978

Considerado um dos grandes filmes de terror dos anos 1970, “Os Olhos de Laura Mars” foi realizado a partir do roteiro do mestre John Carpenter, que nos meses seguintes lançaria “Halloween”. O filme ficou nas mãos de Irvin Kershner (pouco antes de ser consagrado pela direção de “Guerra nas Estrelas: O Império Contra-ataca), que apresentou a história da renomada fotografa de moda Laura Mars, conhecida pelos ensaios transgressores, que simulam mortes violentas. Atormentada por visões de brutais assassinatos, ela considera, inicialmente, que essas “premonições” se relacionam com o seu tipo de trabalho. Mas logo descobre que os crimes que vê são reais e na verdade ela testemunha as mortes através dos olhos do próprio autor, um serial killer, que está no encalço de seus amigos e colegas de trabalho. O longa é estrelado pela premiada atriz Faye Dunaway e pelo então jovem Tommy Lee Jones (Oscar de melhor ator coadjuvante por “O Fugitivo”).

 

O HOMEM DE PALHA (The Wicker Man), 1973

O recente ressurgimento do terror folk restabeleceu firmemente “O Homem de Palha” como uma obra fundamental do cinema. Criado por Anthony Shaffer e Robin Hardy, o clássico foi muito bem recebido pela crítica especializada e pelo público. O filme, a partir de elementos de fantasia e horror, conta a história do sargento Howie que passa a investigar o desaparecimento de uma menina em uma pequena comunidade isolada na costa oeste da Escócia. Durante a investigação, o policial moralista se choca com os costumes do local onde casais fazem sexo ao ar livre e mulheres dançam nuas em rituais religiosos. Quando conhece o Lord Summerisle, líder religioso de uma seita pagã, belamente interpretado por Christopher Lee, a sua investigação passa a correr perigo. Trata-se de uma obra subversiva, que empresta ao final apocalíptico toda a sua força transgressiva.

 

O HOMEM-LEOPARDO (The Leopard Man), 1943

Assim como a Universal na década de 1930, o escritor e produtor Val Lewton se tornou sinônimo do cinema de terror da década seguinte. Lewton produziu filmes artísticos e inteligentes ao enfatizar o humor e psicologia em detrimentos de maquiagens e figurinos caros. Dirigido por Jacques Tourneur – pioneiro do subgênero habituado a explorar serial-killers psicopatas -, “O Homem Leopardo”, proporciona uma sensação indelével de pavor por conta da sugestão. As mortes acontecem sem a necessidade de exposição. Na trama, uma onda de assassinatos atinge uma pequena cidade do Novo México logo depois que o dono de uma boate perde o leopardo que comprou para atrair clientes. As vítimas sofrem feridas profundas que parecem ocasionadas pelas garras do animal. Mas, logo os moradores começam a desconfiar que a fuga do felino pode ser a desculpa perfeita para alguém que tem prazer em matar.

A obra não alcançou o mesmo patamar dos melhores filmes de Lewton, mas a exploração de assassinos em séries e as fantásticas cenas de terror fazem dele um filme obrigatório, principalmente por mostrar grande empatia por personagens oprimidos, algo recorrente nos longas de Lewton.

 

SANGUE DE PANTERA (Cat People), 1942

“Sangue de Pantera” não poderia ficar fora desta lista. O filme também foi produzido por Val Lewton e a direção, mais uma vez, ficou a cargo de Jacques Tourneur. Realizado com um orçamento de US$ 134 mil, o filme arrecadou cerca de US$ 4 milhões e se tornou a maior renda do estúdio daquele ano, salvando-o de uma eminente falência. Na história, acompanhamos a jovem Irena Dubrovna, uma estilista sérvia que vive em Nova York. Após se casar com o arquiteto Oliver Reed, Irena acredita que seu matrimônio está ameaçado por uma antiga maldição que cai sobre as mulheres nascidas em sua terra natal. Como suas ascendentes, ela crê que irá se transformar em uma pantera assim que vivenciar sentimentos intensos de paixão, raiva e ciúmes, colocando a vida de outras pessoas em risco. Para ajudá-la, Oliver contrata um psiquiatra a fim de entender o que está causando tais pavores. Seria a maldição real? “Sangue de Pantera” é um terror psicológico urbano e intimista, em que o medo é muito mais sentido e imaginado do que visto.

 

 

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