Segundo um ditado popular “uma imagem vale mais que mil palavras”. Em muitos casos, a frase pode ser considerada uma afirmação, especialmente quando se trata dos cartazes dos filmes divulgados no cinema e redes sociais afora. Com imagem e design atraente, tal arte iconográfica é capaz de atrair, despertar curiosidade e deixar margens para interpretação quanto ao título anunciado.
Ao longo das décadas, incontáveis pôsteres ganharam um lugar em nossas paredes (sim, somos gringes), mas certamente, nenhum teve tanto destaque quanto os de filmes de terror. Quer sejam altamente estilizados ou minimalistas, o pôster de uma obra de horror é capaz de dar calafrios. A edição pode trazer todos os tipos de imagens, desde zumbis comedores de carne a demônios vorazes, tudo com o objetivo de induzir ao medo e, claro, vender o produto.
Para celebrar o horror deste importante e icônico elemento de divulgação, selecionamos 10 pôsteres originais e inesquecíveis (há muitos outros) que influenciaram inúmeros cartazes no decorrer dos anos e certamente ainda causam arrepios. Você tem coragem?
Tubarão (1975)
Se há uma imagem capaz de provocar a sensação de pavor instantânea, certamente é o pôster icônico de “Tubarão”, de Steven Spielberg. A imagem foi originalmente criada pelo premiado artista Roger Kastel, que ficou famoso nos anos 1970 por seus inúmeros pôsteres para o mercado cinematográfico.
Alimentando-se de nossos medos, a imagem primordial apresenta de forma apropriada o cenário de um pesadelo, que serviu como isca perfeita para atrair espectadores ao blockbuster de 1975. O pôster cria tensão ao camuflar um tubarão branco enorme nas profundezas tenebrosas do oceano. Esperando e observando por sua próxima vítima, o animal olha para a superfície com suas mandíbulas e dentes afiados expostos, prontos para dilacerar qualquer um.
Bem acima, uma mulher solitária é retratada nadando sobre as ondas, alheia ao terror que está por baixo. Na pequena faixa de céu no topo do pôster, o título do filme aparece em negrito com suas letras impressas em vermelho sangue, uma cor universalmente associada ao perigo.
Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio (1981)
O pôster impressionante de “Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio” ganhou um lugar de destaque nos livros sobre a história dos filmes de terror como uma das artes, e um dos filmes, mais famosos do século XX.
A obra de arte, que chama a atenção para a produção de baixo orçamento de Sam Raimi, foi montada em torno de perspectivas e ângulos, criando uma visão distorcida do mundo, esteja você acima ou abaixo do solo. No centro da imagem, uma jovem está posicionada com o braço estendido em uma tentativa desesperada de se manter viva, enquanto uma mão ameaçadora tenta puxá-la à força para as profundezas. O nome do filme traz fontes que em ângulos e bordas que espelham a luta entre a vítima e o vilão, com as letras ‘V’ e ‘A’ prolongadas, ambas tentando escapar dos limites do título original.
Alien – O 8.º Passageiro (1979)
O pôster da ficção científica aterrorizante de Ridley Scott prova que mesmo o mais simples dos recursos visuais pode provocar o maior dos medos.
Os designers gráficos Steve Frankfurt e Philip Gips foram os responsáveis pela bela e sinistra arte que se tornou sinônimo de “Alien – O 8.º Passageiro”. A imagem retrata um grande ovo rachado e um brilho verde sinistro saindo pelas fendas em forma de V. Apesar do símbolo ser bem diferente dos ovos alienígenas que aparecem no filme, ele passa a sensação de algo de outro mundo, no caso, do espaço. O texto do título é anunciado em tipografia branca e futurista, dando uma vibração inquietante ao lado do slogan “No espaço, ninguém pode ouvir você gritar”.
O Bebê de Rosemary (1968)
O pôster do horror psicológico “O Bebê de Rosemary”, de Roman Polanski, transmite uma sensação de pavor por meio do design brilhantemente simplista do artista Stephen Frankfurt, que conseguiu criar uma imagem quase tão enervante quanto o próprio filme.
O perfil do rosto sereno e sombrio de Mia Farrow domina a arte, o desconfortável símbolo de um carrinho de bebê aparece em primeiro plano na ilustração perturbadoramente minimalista. Tudo é inundado em um tom verde nebuloso junto com o slogan assustador “Ore pelo bebê de Rosemary”, em tradução livre.
A Casa dos Maus Espíritos (1959)
O artista Reynold Brown criou uma obra-prima quando desenhou o pôster para “A Casa dos Maus Espíritos”, enfatizando todos os elementos góticos sombrios do clássico filme dirigido pelo maestro do terror William Castle.
Os monstros e o macabro sempre foram destaques nas artes de Brown, neste exemplo, um esqueleto gigante “e malévolo” é a figura central da imagem, com sua mão óssea ele segura a corda em que pende o cadáver de uma bela mulher. Logo abaixo, outra suposta vítima, que aparece no canto esquerdo inferior da moldura, tentando sair de um alçapão mortal.
No canto oposto, uma representação precisa do sinistro Vincent Price carregando um castiçal em uma das mãos e uma cabeça decepada na outra. Ao fundo, uma mansão assombrada, com arredores assustadores, está rodeada por morcegos e cercada por grades e um portão enferrujado. O pôster explicita o terror.
A Hora do Pesadelo (1984)
O pôster do clássico slasher de Wes Craven, “A Hora do Pesadelo”, já é suficiente para assombrar nossos pesadelos por toda a eternidade. Matthew Peak tinha acabado de sair da escola de arte quando foi contratado pela New Line Cinema para criar a tal imagem icônica, consequentemente, Peak também projetou as artes das quatro primeiras sequências do longa. A imagem pintada à mão desempenhou um papel importante na popularização da franquia. Na ilustração finamente trabalhada, ele utiliza um rico espectro de cores para contrapor a escuridão quase tão penetrante quanto as lâminas afiadas da luva de Freddy Krueger, que pairam sobre Nancy. A personagem está paralisada na cama com as garras do vilão ameaçadoramente estendidas sobre ela.
Poltergeist – O Fenômeno (1982)
O slogan de “Poltergeist – O Fenômeno”, terror sobrenatural dos anos 1980 dirigido por Tobe Hooper e co-escrito e produzido por Steven Spielberg, anuncia que “eles” estão aqui e sabem o que te assusta. Certamente, o pôster prova isso.
Com design minimalista, a imagem recria uma das cenas memoráveis do filme, em que Carol Ann Freeling, a filha mais nova de uma família suburbana, se aproxima de uma televisão estática e sussurra assustadoramente a famosa frase “Eles estão aqui”, também apresentada no pôster, em letras brancas contra o fundo preto.
A imagem apresenta a silhueta da menina cercada pelo brilho sinistro que se projeta da tela da TV em um dos momentos mais icônicos do terror contemporâneo.
Halloween – A Noite do Terror (1978)
Nada combina tanto com o Halloween quanto as aboboras entalhadas com rostos assustadores. Mas no caso do pôster de “Halloween – A Noite do Terror”, o uso de tal elemento não é tão inocente. Robert Gleason produziu uma das maiores obras-primas do gênero ao utilizar um fundo preto em contraste com a fonte totalmente branca do título junto das imagens centrais. A abóbora, de um laranja flamejante, e a mão segurando uma faca se mesclam perfeitamente deixando detalhes sutis a vista, como as veias pulsantes do assassino e o brilho da lâmina afiada. Embora a máscara de Michael Myers não apareça, a palavra “ele” em itálico presente no slogan é suficiente para deixar claro que o vilão está chegando.
O Enigma de Outro Mundo (1982)
O pôster de “O Enigma de Outro Mundo”, de John Carpenter, é um clássico inegável, trazido à vida por Drew Struzan, um artista americano conhecido por seus mais de 150 trabalhos para filmes.
Considerado um mestre por transmitir emoções por meio de imagens poderosas, Struzan levou apenas 24 horas para entregar a arte final do briefing que lhe foi passado por telefone. O artista conseguiu capturar perfeitamente a sensação claustrofóbica dos arredores gelados presentes na história, ao retratar a silhueta paralisada de um dos pesquisadores envolto em um prisma irregular de azuis e brancos.
No lugar do rosto, uma luz brilhante envolta pelo capuz forrado de pele da jaqueta do personagem é emitida, removendo sua identidade e sugerindo as habilidades de mudança de forma da entidade. Uma borda preta aprisiona ainda mais a imagem enquanto expõe o slogan tentador: “O máximo em terror alienígena”, em tradução livre.
O Exorcista (1973)
“O Exorcista” é outro filme de terror lendário com um pôster icônico, ambos gravados em nossas mentes para sempre.
Bill Gold, o prolífico artista responsável pela imagem enervante, usou luz e sombra para evocar a sensação de mistério e medo. A silhueta do protagonista é inundada pela luz que sai de uma janela próxima, representando a clássica batalha entre bem e o mal. O fundo escuro e enevoado que envolve a cena contribuiu para a atmosfera assustadora e a sensação de isolamento.
O design é definido com textos simples e elegantes que apresentam o título da obra em destaque, além do nome do diretor, atores, entre outros.