Criada por Kenneth Johnson para Warner Bros., “V – A Minissérie Original” atraiu milhares de telespectadores em todo o mundo. Seu idealizador – conhecido por dezenas de produções cinematográficas e televisivas, incluindo os sucessos “A Mulher Biônica” e “O Incrível Hulk” – se inspirou em “Não Vai Acontecer Aqui”, romance de extrema força visionária do autor Sinclair Lewis. Nos dias de hoje, o livro poderia ser facilmente associado à ascensão de Donald Trump à presidência dos EUA, já que conta a história de Buzz Windrip, um homem vaidoso, falastrão, anti-imigrantista e demagogo que concorre à presidência dos Estados Unidos e, para o desespero de muitos, ganha.
Inicialmente, Johnson escreveu uma adaptação intitulada “Storm Warnings”, o roteiro foi apresentado à NBC no formato de minissérie, mas os executivos da empresa rejeitaram a versão inicial, alegando que a trama era complexa e política demais para o seu público. Para tornar o roteiro comercializável, os personagens fascistas da trama foram reescritos como extraterrestres devoradores de humanos, a fim de capitalizar a popularidade de franquias como “Guerra nas Estrelas”. O projeto foi aprovado com um orçamento de 13 milhões de dólares, e estreou na TV no dia 1 de maio de 1983.
Na trama, uma raça alienígena chega à Terra com uma frota de 50 espaçonaves, algumas delas com cinco quilômetros de diâmetro, que pairam sobre as principais cidades do mundo. Denominando-se como “Visitantes”, e com uma aparência semelhante às dos seres humanos, eles estendem suas mãos em sinal de amizade. Aparentemente, os alienígenas buscam por recursos necessários para garantir a sobrevivência de sua espécie e do seu planeta de origem. Em contrapartida, os “Visitantes” prometem compartilhar sua tecnologia avançada com a humanidade. Os governos da Terra aceitam o acordo, e os alienígenas passam a ter uma influência considerável junto às autoridades humanas. Porém, um jornalista logo descobre que, sob a fachada humana de seus corpos, se esconde uma raça de répteis carnívoros que pretende escravizar os humanos e fazer dos terráqueos o seu alimento. Após tentar revelar a verdade, o homem passa a ser perseguido pelas autoridades dos Estados Unidos e pelos visitantes.
Johnson, que também dirigiu a minissérie, não poupou o roteiro de referências históricas, transformando-o em uma parábola sobre o nazismo. Os Visitantes extraterrestres possuem um emblema semelhante à suástica de Adolf Hitller, seus uniformes também se parecerem com os da SS, organização paramilitar ligada ao ditador. Nem mesmo o armamento alienígena escapou, as armas lembram a famosa pistola Luger alemã.
Outros núcleos da trama também navegam pelo mesmo caminho. O movimento chamado “Amigos dos Visitantes” traz semelhanças com a organização Juventude Hitlerista. O aliciamento da Imprensa pelos Visitantes se assimila à propagandização das notícias da era nazista por meio da indústria cinematográfica.
O diretor também procurou retratar a interação entre humanos e alienígenas de forma alusiva à ocupação de países europeus durante a Segunda Guerra Mundial, quando alguns cidadãos optaram por colaborar, enquanto outros se juntavam aos movimentos de resistência clandestina.
A perseguição contra os Judeus durante a guerra também foi retratada. Na minissérie, para evitar que sua verdadeira identidade seja revelada, os alienígenas perseguem cientistas, seus familiares e qualquer pessoa associada a eles. Em determinada cena, uma família judia hesita em ajudar seu vizinho cientista, até que uma criança lembra que não o ajudar significa que eles não aprenderam nada com o passado.
Exibida em duas partes, “V – A Minissérie Original” foi um fenômeno nos Estados Unidos se tornando o programa de maior audiência da NBC por dois anos e meio. O sucesso da série, que chegou a receber duas indicações ao Emmy Awards, gerou a sequência “V – A Batalha Final” (1984), que deveria encerrar a história. Apesar da aparente conclusão, a obra original ganhou um seriado televisivo, “V – A Série”, com 19 episódios que foram ao ar entre 1984 e 1985. Johnson deixou o projeto durante a produção de “A Batalha Final” em decorrência dos desentendimentos com a NBC sobre como deveriam seguir com a história.
Uma década depois, em 2005, a revista Entertainment Weekly nomeou “V” como uma das 10 melhores minisséries já lançadas em mídia física. A publicação ressaltou a obra como uma alegoria ao romance de Sinclair Lewis. Mesmo dando lugar à personagens alienígenas, a produção não foi sutil, mas pródiga e inteligente.
Seu ritmo acelerado, as intrigas políticas e os personagens memoráveis, certamente garantiram à minissérie um lugar de destaque no hall das grandes obras de ficção cientifica. Sua influência pode ser percebida em produções como “Taken” (2002) – produzida por Steven Spielberg – e “Os 4400”, de Scott Peters e René Echevarria.
Em dezembro de 2008, a Entertainment Weekly novamente enalteceu a minissérie colocando-a na lista das 25 melhores produções de ficção cientifica desde 1982. A revista apontou a cena em que Diana, a líder dos visitantes, devora um porquinho-da-índia, como uma das melhores revelações da TV de todos os tempos.
No ano seguinte, “V” ganhou um remake com duas temporadas compostas por 22 episódios. O destaque ficou para a atriz brasileira Morena Baccarin no papel da carismática líder dos Visitantes.
Para apresentar a minissérie a um público novo e despertar as boas lembranças dos fãs de longa data, a Darkflix incluiu a produção original remasterizado em HD ao seu catálogo. “V – A Minissérie Original” já está disponível aos assinantes da plataforma. O streaming também irá liberar em breve as sequências da obra e o seu remake produzido em 2009.
A ação dá início aos lançamentos de séries que se destacaram entre os gêneros de terror, fantasia e ficção científica e que fazem parte da programação do primeiro trimestre de 2022. Entre os títulos, estão as versões em alta definição de “Masters of Horror” (segunda temporada), “Hammer – A Casa do Terror”, “Além da Imaginação”, “Antologia do Medo”, “The Stand – A Dança da Morte”, entre outras.
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