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Museu da Imagem e do Som abre curso sobre o cinema de horror italiano

O MIS – Museu da Imagem e do Som, abre inscrições para o curso “Cinema de Horror Italiano em quatro atos: Um panorama dos filmes de horror gótico, giallo, canibal e zumbi”, que será ministrado no formato on-line pela pesquisadora e crítica Beatriz Saldanha e pelo jornalista, crítico e pesquisador de cinema, Carlos Primati. As aulas acontecem de 07 a 28 de outubro.

O curso fará um panorama do gênero na Itália ao longo de quarenta anos de produção ininterrupta – de 1957 a 1996. As aulas serão ministradas de maneira alternada entre os professores, oferecendo uma visão ampla das vertentes do horror no país, do mais realista e chocante ao absolutamente fantasioso.

 

Cena de “Suspiria” (1977), de Dario Argento / Imagem: Reprodução

A Itália foi um dos países onde o cinema se desenvolveu mais precocemente, com épicos de fantasia nos primórdios dos filmes mudos e uma adaptação para as telas do Inferno, de Dante, ainda em 1911. Mas foi somente em 1957 que o horror voltou às telas italianas, com o filme ‘Os Vampiros’, dirigido por Riccardo Freda e o iniciante Mario Bava. E seria justamente Bava um dos responsáveis por desenvolver o cinema fantástico no país, com o gótico ‘A Maldição do Demônio’ (1960) e o giallo a partir de ‘Seis Mulheres para o Assassino’ (1964). Seu pupilo Dario Argento seguiu seus passos e realizou vários giallos até aderir ao horror sobrenatural com ‘Suspiria’ (1977), ‘A Mansão do Inferno’ (1980) e outros clássicos cultuados.

Paralelos ao horror, os documentários sensacionalistas iniciados com ‘Mundo Cão’ (1962) seguiram a escola do neorrealismo para chocar e aterrorizar as plateias no estilo que ficaria conhecido como ‘mondo’. E foi dentro dessa tradição que surgiram os filmes de aventura violenta na selva, em que tribos primitivas de canibais passaram a representar o horror a ser temido pelos humanos civilizados. O cenário mais tarde daria origem aos filmes de zumbi, que embora imitassem o modelo americano, tornaram os mortos-vivos tipicamente italianos por meio de excessos em sangue e tripas, fazendo de Lucio Fulci o pioneiro do tema com ‘Zombi 2’ (1979), ‘Pavor na Cidade dos Zumbis’ (1980) e ‘A Casa dos Mortos-Vivos’ (1981), entre outros.

 

Aula 1 – Castelos e fantasmas no horror italiano gótico e sobrenatural – com Beatriz Saldanha

  • O cinema de horror italiano ressurge na era moderna com “Os Vampiros”
  • Barbara Steele, a enigmática e quase onipresente musa do gótico italiano
  • Os delírios multicoloridos de Dario Argento com sua obra-prima “Suspiria”

 

Aula 2 – Os documentários ‘mondo’ e os extremos do cinema canibal – com Carlos Primati

  • Exotismo, violência e morte em “Mundo Cão”, de Jacopetti, Prosperi e Cavara
  • Os horrores da selva e o homem primitivo como monstro no cinema canibal
  • A polêmica incontornável de “Canibal Holocausto”, de Ruggero Deodato

 

Aula 3 – O zumbi italiano dando vida nova e se apropriando do gênero – com Carlos Primati

  • O pioneirismo (e senso de oportunismo) de Lucio Fulci com o cult “Zombi 2”
  • Uma saga de excessos e absurdos nas várias continuações de “Zombi”
  • O fim de ciclo com o poético, mórbido e controverso “Dellamorte Dellamore”

 

Aula 4 – Luvas pretas, facas afiadas e meias de seda nos filmes gialli – com Beatriz Saldanha

  • A italianização do suspense na criação do giallo cinematográfico por Mario Bava
  • A ‘trilogia dos bichos’ e o giallo definitivo na obra visionária de Dario Argento
  • A sensualidade da morte e os assassinos psicopatas de um subgênero sedutor

 

Beatriz Saldanha é pesquisadora, crítica, curadora e realizadora cearense radicada em São Paulo. Escreve regularmente sobre filmes de horror para encartes de homevideo, catálogos de mostras e livros, entre eles um capítulo sobre as diretoras brasileiras de horror para a publicação “Mulheres atrás das câmeras” (Abraccine). Doutoranda em Comunicação Audiovisual pela UAM com pesquisa sobre horror francês, escreve sobre o gênero para a revista eletrônica “Les Diaboliques”. Integrou curadorias e júris de diversos festivais pelo Brasil e realizou a mostra “Les Diaboliques: diretoras de horror 1980-1999″ em parceria com a Darkflix. Atualmente, trabalha na organização de uma publicação em dois volumes com artigos sobre a trajetória das mulheres diretoras de horror.

Carlos Primati é jornalista, crítico, tradutor e pesquisador, especializado no gênero fantástico, inclusive na cena brasileira do horror e fantasia, desde Zé do Caixão e Ivan Cardoso até a produção contemporânea. Ministrou uma aula magna na mostra de Alfred Hitchcock no CCBB em São Paulo, em 2011, e participou da retrospectiva completa do cineasta em Belo Horizonte, em 2013, com artigos para o catálogo, uma palestra e uma mesa de debate. É organizador, juntamente de Beatriz Saldanha, da antologia Única, primeira publicação brasileira dedicada exclusivamente a estudar a obra de Hitchcock. Primati também realiza curadoria de filmes para vários festivais do gênero no Brasil.

 

O curso será realizado nos dias 7, 14, 21 e 28 de outubro, sextas, das 19h às 21h. As aulas acontecem on-line, ao vivo (pelo Zoom), e a gravação pode ser acessada por até uma semana após o último encontro, mediante solicitação. Para mais informações clique aqui.

 

 

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