Amamos clássicos de horror e é por isso que nosso catálogo é recheado de obras cults que marcaram, não apenas a história do cinema de gênero, mas a memória de gerações de fãs da sétima arte.
Nossa curadoria inclui filmes que revolucionaram a indústria cinematográfica, como “Nosferatu”, do lendário diretor F.W. Murnau, longas da distinta produtora Hammer, giallos, obras que criaram subgêneros, como os zumbis de George A. Romero, ou produções slashers, como o original “O Massacre da Serra Elétrica”, de Tobe Hooper.
Temos terrores de todas as décadas e de todas as partes do mundo, aqui o horror raiz é celebrado todos os dias e é por esse motivo que hoje lembramos de três produções que completaram três décadas este ano. São filmes, que por motivos distintos marcaram época e ainda hoje permeiam o imaginário de algumas gerações. Títulos imperdíveis para aqueles que preferem, assim como nós, o gênero mais sombrio do cinema.
Os filmes estão disponíveis em nossa plataforma. Você tem coragem?
DRÁCULA DE BRAM STOKER (Bram Stoker’s Dracula)
O personagem da obra mais ilustre de Bram Stoker atravessou um oceano de gerações. O vampiro Drácula foi representado no cinema por inúmeras vezes e liderou uma legião de outras criaturas semelhantes em incontáveis releituras nas telas. Mas, é inegável que o longa de Francis Ford Coppola tem um lugar especial na memória dos amantes da trama vampírica que apostou em um estilo único utilizando técnicas de efeitos visuais empregadas no passado por cineastas como Georges Méliès, Carl Theodor Dreyer, Orson Welles.
Roman Coppola – filho do diretor e responsável pelos efeitos do longa – e sua equipe deram ao filme uma qualidade atemporal que teria sido perdida se técnicas digitais da época tivessem sido usadas. O “jovem” Coppola optou por truques de ótica, fotografia reversa, telas, espelhos, fantoches de sombra, perspectiva forçada e gravidade alterada, resultando na mágica que o diretor esperava.
Fiel ao romance original, a adaptação se tornou uma linda obra de terror gótico. A trama conta a história do Conde Drácula, interpretado pelo premiado Gary Oldman, e a sua busca por Mina (Winona Ryder), que ele acredita ser a reencarnação de sua esposa morta há muito tempo. O elenco estrelado também inclui Anthony Hopkins, Keanu Reeves e Tom Waits. A obra recebeu o Oscar de Melhor Maquiagem e Figurino.
A MORTE LHE CAI BEM (Death Becomes Her)
Desta vez, é preciso deixar de lado os efeitos especiais, impressionantes para meados da década de 1990, e focar no notável elenco. A premiada Meryl Streep interpreta Madeline com desenvoltura berrante, deixando claras as inseguranças da personagem mesmo sob um espesso véu de confiança. Goldie Hawn faz o papel de Helen, apresentada como uma introvertida tímida que se transforma em uma exibicionista vingativa. Bruce Willis completa o trio como o Dr. Ernest Menville, um cirurgião plástico patético, beberrão e falido que no decorrer da trama descobre que sua vida miserável está longe do fim.
Na história, Madeline, uma famosa e egocêntrica atriz, trai a amiga Helen e se casa com seu noivo, um famoso cirurgião plástico. Quatorze anos se passam até que Helen retorna para o lançamento de seu livro “Eternamente Jovem”. Madaline e seu marido são convidados para a noite de autógrafos e se surpreendem com a beleza da escritora. Se sentindo velha e humilhada, a atriz recorre a Lisle Von Rhuman), uma mulher sensual e misteriosa que lhe oferece uma poção da juventude. Ela aceita, sem desconfiar que o rejuvenescimento terá um terrível efeito colateral. Dirigido por Robert Zemeckis, o longa ganhou o Oscar de Melhores Efeitos Especiais e o Globo de Ouro na categoria de Melhor Atriz de Comédia/Musical para Meryl Streep.
UMA NOITE ALUCINANTE 3 – EXÉRCITO DAS TREVAS (Army of Darkness)
Com roteiro assinado pelo inventivo Sam Raimi e seu irmão Ivan, o terceiro filme da franquia de “Evil Dead” trouxe várias referências cinematográficas e literárias – como já havia acontecido nos dois filmes anteriores. Entre elas, estão o clássico “O Dia em Que a Terra Parou” (1951), “As Viagens de Gulliver”, de Jonathan Swift, além de cenas que remetem às obras de Georges Méliès e algumas produções da primeira Era de Ouro dos filmes de horror.
Aqui, o protagonista (mais uma vez vivido por Bruce Campbell) abraça o nonsense e a caricatura, deixando para traz o macabro das primeiras obras. No auge da forma, o anti-herói transformou a sequência em uma das comédias de horror mais divertidas e lembradas de todos os tempos, cujo estilo foi mantido na série derivada da franquia: Ash vs. Evil Dead, lançada em 2015.
Embora considerados por alguns uma piada cinematográfica “Uma Noite Alucinante 3” apresenta uma gama de subtextos a serem interpretados, facilmente observados por aqueles com um repertório cultural mais amplo.
A trama do último filme da trilogia continua exatamente onde o segundo longa terminou. Ash, um vendedor de loja de departamentos, se vê transportado para a Inglaterra medieval. Suas experiências na cabana isolada na floresta (assim como sua lança e a serra elétrica) fazem dele um excelente candidato para lutar heroicamente contra uma nova ameaça. No auge da forma, o anti-herói transformou a sequência em uma das comédias de horror mais divertidas e lembradas de todos os tempos.