O site Indiewire publicou recentemente uma lista com 51 diretores e seus filmes favoritos de terror. Enquanto muitos deles escolheram os títulos habituais, como o “O Iluminado” e “O Exorcista”, outros citaram obras mais modernas, entre elas “Midsommar” e “A Enviada do Mal”. No entanto, um dos cineastas mais amados pelos fãs do gênero optou por um clássico que conversa muito bem com sua própria filmografia, o criativo David Cronenberg.
Conhecido pelas alcunhas o Barão do Sangue e Rei do Horror Venereal, Cronenberg escolheu o filme “Inverno de Sangue em Veneza” de 1973.
“Este foi um filme que realmente me surpreendeu. Fiquei realmente muito impressionado”, disse a lenda do terror corporal sobre o longa do diretor Nicolas Roeg, em uma entrevista de ao canal Konbini (no Youtube) neste ano. A obra é uma adaptação do conto “Don’t Look Now” de Daphne du Maurier, e fala sobre pais enlutados que recebem motivos para acreditar que sua filha falecida pode não estar morta.
“Apenas um filme muito, muito forte”, continuou Cronenberg. “Muito estranho. Muito sobre a morte, mas a princípio você não está ciente de que esse é realmente o assunto. É realmente uma história de amor, uma história de amor sobre amor e morte. Recentemente, alguém disse: ‘Diga-me um filme que é um dos seus filmes favoritos’, o que é muito difícil de fazer porque existem centenas de filmes que eu amo. Mas eu disse “Inverno de Sangue em Veneza”.”
Embora tenha recebido algumas críticas favoráveis, “Inverno de Sangue em Veneza” chegou ao público sem muito alarde – apesar da cena de sexo polêmica, censurada em vários países na época, inclusive no Brasil. O filme dirigido por Nicolas Roeg recebeu sete indicações no 27º British Academy Film Awards, vencendo na categoria de Melhor Fotografia. No entanto, não conseguiu nenhuma indicação ao Oscar, nem mesmo ao prêmio de Melhor Fotografia da Academia, que naquele ano foi para o longa “Gritos e Sussurros”.
Com Donald Sutherland e Julie Christie no elenco, a produção conta com uma bela trilha sonora, excelentes sequencias, além do uso inteligente de pistas, cores e técnicas de câmera. A figura espectral da filha do casal protagonista em um casaco de capuz vermelho se tornou uma imagem icônica do cinema de horror dos anos 70, sendo citada posteriormente em “Viagem Maldita” de Alexandre Aja. A história se passa alguns meses após o casal Laura e John Baxter perderem sua filha caçula em um afogamento acidental. O estopim da trama acontece quando o casal conhece duas irmãs com poderes psíquicos que dizem ver a criança falecida entre eles.
“Inverno de Sangue em Veneza” está disponível na Darkflix! Você tem coragem?