Celebrando Tobe Hooper: Um tributo aos filmes que redefiniram o horror americano

Há pouco mais de seis anos perdíamos uma das lendas do cinema de horror. Tobe Hooper, que por quatro décadas trouxe ao público verdadeiros clássicos, foi um cineasta incompreendido, muitas vezes desvalorizado e até mesmo acusado de não dirigir um de seus filmes mais famosos: “Poltergeist – O Fenômeno”. Mesmo estando à frente do seu tempo, raramente recebeu crédito por suas habilidades técnicas como, por exemplo, seus colegas John Carpenter e Dario Argento. Os movimentos de câmera, a iluminação, o ritmo e os cortes de seus longas estranhos e subvertidos mostram a loucura e genialidade por trás da mente de Hooper. Podemos dizer que seu primeiro longa, “O Massacre da serra Elétrica”, moldou o horror americano. O slasher não seria o mesmo sem essa produção de baixo orçamento que influenciou – e ainda influencia – uma leva de diretores.

Felizmente, sua obra vem ganhando reconhecimento ao longo dos anos, muitos fãs do gênero estão finalmente revisitando – ou conhecendo – seu trabalho e entendendo a influência e relevância de seus filmes para o cinema de horror.

Se você ainda não está familiarizado com tais filmes, venha se aventurar conosco em longas-metragens que se destacaram na carreira do cineasta, que completaria 81 anos hoje. Todos os filmes estão disponíveis na Darkflix+, você tem coragem?

O Massacre da Serra Elétrica (1974)

A lista não poderia começar de outra forma. “O Massacre da Serra Elétrica” é um dos, senão o melhor, trabalho de Hooper. A obra inspirou várias sequências e reboots e inegavelmente ajudou a moldar a face do horror nos anos e décadas seguintes.  A história de um grupo de adolescentes que são caçados por uma família de loucos, incluindo Leatherface, um dos vilões mais perturbadores da história do cinema, continua sendo um dos terrores mais intensos já produzidos. Em “O Massacre da Serra Elétrica”, Hooper – ainda em início de carreira – se inspirou livremente na vida do assassino Ed Gein para criar a trama. O enredo gira em torno de dois irmãos que viajam com seus amigos ao Texas com o objetivo de verificar o túmulo supostamente vandalizado de um parente, porém, no caminho até o local, são atacados por uma família de canibais.

Devorado Vivo (1976)

Após lançar “O Massacre da Serra Elétrica”, o diretor apresentou ao público outra obra claustrofóbica e horripilante sobre um psicopata que administra um hotel em uma região pantanosa e alimenta seu crocodilo gigante de estimação com os corpos de seus hóspedes. Um dos longas mais subestimados na filmografia de Hooper, “Devorado Vivo” nem precisaria do grande réptil para ser excelente – a atmosfera do hotel miserável e a performance insana de Neville Brand são suficientes para torná-lo um clássico do gênero. A produção mostra as preferências de Hooper, seu olhar caricatural, feio e sombriamente cômico sobre a loucura, o assassinato e a violência, além da obsessão pelo artifício e teatralidade, desde os cenários até os figurinos. Enquanto “O Massacre da Serra Elétrica” mostra as habilidades técnicas do cineasta, “Devorado Vivo” indica os seus gostos.

Os Vampiros de Salem (1979)

Na infância, o escritor Ben Mears passou por uma experiência assustadora no interior da mansão Marsten, uma construção icônica localizada em sua cidade natal, Salem’s Lot. Muito anos depois, ele retorna à região para escrever um livro sobre a tal residência. O que Ben não sabe é que o local acolhe outros horrores. Novos inquilinos vivem na mansão, dois poderosos vampiros. “Os Vampiros de Salem” foi lançado em 1979 e inicialmente seria dirigido por George A. Romero, mas o cineasta desistiu após saber que não conseguiria fazer a versão que queria devido restrições da rede de televisão que veicularia a produção. O filme acabou sendo dirigido por Tobe Hooper, sendo sua primeira e melhor adaptação de Stephen King e uma das suas obras mais elegantes.

Pague Para Entrar, Reze Para Sair (1981)

“Pague para Entrar e Reze para Sair” subverte a ideia alegre que temos dos parques de diversão ao apresentar uma história que transforma o local em um palco de pesadelos aterradores. Nele, dois casais de amigos decidem ir à um parque de diversões que acabou de chegar na cidade, eles se divertem nas atrações até que um deles decide descer do carrinho do trem fantasma durante seu percurso para se esconder no local a fim de passar a noite no parque. Os jovens serão perseguidos por um monstro hediondo. Embora não tenha recebido o reconhecimento merecido, o filme é um dos melhores slashers dos anos 1980, ele apresenta uma premissa simples e interessante, além de trazer a fotografia vibrante de Andrew Laszlo. O longa também possui várias referências e homenagens às produções do passado.

Poltergeist – O Fenômeno (1982)

Este, certamente, é um dos maiores sucessos comerciais de Hooper e o que trouxe grande controvérsia sobre quem realmente estava à frente da direção. Isso porque Steven Spielberg foi o idealizador, roteirista e argumentista do projeto. Polemicas à parte, “Poltergeist – O Fenômeno”, mostra de forma eficiente o cotidiano de uma típica família americana na nova casa em um condomínio construído pela empresa em que o pai trabalha. Logo após se estabelecerem, estranhos eventos ocorrem na residência e a filha mais nova do casal, Carol Anne, passa a interagir com vozes que saem da televisão. Gradativamente as atividades sobrenaturais se intensificam e colocam a vida de todos os familiares em risco.

Com um elenco afinado e efeitos visuais e sonoros de qualidade o filme recebeu três indicações ao Oscar e um BAFTA. Os mistérios que cercam a produção do longa também trouxeram maior projeção ao filme. As atrizes Dominique Dunne, que interpretou a filha mais velha do casal e Heather O’Rourke, a protagonista mirim, morreram pouco tempo depois. Ainda assim, o sucesso de Poltergeist rendeu mais duas sequências e uma refilmagem em 2015.

Força Sinistra (1985)

Considerado um exemplo de ritmo cinematográfico, a história de “Força Sinistra” se inicia com uma sucessão de acontecimentos relevantes e assustadores. Nos seus primeiros 20 minutos já é possível acompanhar os desdobramentos que dariam o tom ao resto da trama. O conjunto de elementos do filme, que mistura sci-fi com doses de terror, o transformou em uma obra cult de toda uma geração. O longa foi o projeto mais caro dos estúdios Cannon Pictures, que investiu 25 milhões de dólares na produção. Posteriormente, Tobe Hooper também dirigiria mais dois longas para o estúdio: “O Massacre da Serra Elétrica 2” e “Invasores de Marte”.

“Força Sinistra” é considerado o filme mais extravagante do diretor e provavelmente um dos mais incompreendidos em sua época. Inicialmente ganhou o título de “Vampiros do Espaço”, nome autoexplicativo para a trama que acompanha a descoberta incrível de alguns cientistas: uma nave no núcleo do cometa Halley e três misteriosos tripulantes.

Invasores de Marte (1986)

“Invasores de Marte” é um remake do filme de mesmo nome lançado em 1953. Foi produzido pela Cannon logo após “Força Sinistra”, cuja trama também envolve seres do espaço e ficção cientifica. Fã do gênero, Hooper extravasa sua insanidade e ironia habitual. O enredo acompanha David, um menino que passa a ser perseguido por pessoas abduzidas por alienígenas, inclusive seus pais. Junto com a enfermeira da sua escola, David busca ajuda dos fuzileiros navais dos EUA para combater a invasão. O longa é uma verdadeira homenagem às obras sci-fi das décadas de 50, 60 e 70.

O Massacre da Serra Elétrica 2 (1986)

Com o roteiro de L.M. Carson e os efeitos especiais de Tom Savini, o mago da maquiagem dos filmes de terror, “O Massacre da Serra Elétrica 2” dividiu opiniões, sendo amado ou odiado pelos fãs. O longa se posicionou como uma comédia de humor sombrio, aliás, tão sombrio, que o diretor Mick Garris cunhou o termo “humor vermelho” para descrever o temperamento de Hooper. A sequência tem início após um salto temporal de 12 anos. Os eventos passados são explicados logo no começo detalhando os fatos pela ótica de Sally, a única sobrevivente do massacre anterior. Após uma investigação, nada é encontrado no local indicado. O tio da vítima, vivido por Denis Hopper, decide procurar por conta própria a família de canibais degenerados em busca de vingança.

Mangler, O Grito de Horror (1995)

Na sua segunda adaptação de Stephen King, Hooper trouxe ao cinema a curiosa história sobre a máquina de uma lavanderia que desenvolve tendências homicidas quando é possuída por um demônio. É com essa premissa que um verdadeiro banho de sangue acontece durante a trama. O ator Robert Englung – o eterno Freddy Krueger – interpreta o dono da lavanderia Blue Ribbon, onde um acidente envolvendo o seu principal maquinário causa a morte de uma de suas funcionárias. Outros eventos sinistros continuam a ocorrer sem explicação e um detetive decide descobrir a origem da máquina e de seu misterioso proprietário. Trata-se da obra mais incompreendida do cineasta e um de seus últimos filmes a ter um amplo lançamento nos cinemas. Hooper compreendeu os absurdos inerentes ao enredo e respondeu à altura, trazendo uma produção bizarra e exagerada. Inspirado no expressionismo alemão, ele criou uma história sobre o industrialismo e o capitalismo, em que uma máquina se torna senciente e corpórea.

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