Em parceria com o cientista social Euller Felix e a historiadora Jéssica Reinaldo, o jornalista Rodolfo Stancki organizou uma obra cheia de nostalgia, sangue e horror, trata-se do livro “O Melhor do Terror dos Anos 80”, uma obra indispensável aos apaixonados pela sétima arte e fãs do gênero do terror e suas vertentes.
Para a elaborar o exemplar foram convidados vinte cinco especialistas de peso que elegeram oitenta filmes que marcaram a década de 1980. Foram reunidas resenhas e curiosidades de cada obra em um único livro. Nele você encontrará textos de Carlos Primati, Beatriz Saldanha, Mimi Zanetti, Gabi Larocca, Queops Negronski, Maitê Mendonça, Getro Guimarães, Michelle Henriques, Paulo Biscaia, Raphaela Ximenes, Rodrigo Ramos, Gabriel Elysio Maia Braga, Analu Tortella, Luiz Henrique Costa, Marcelo Miranda, Makson Lima, Emanuela Siqueira, Ira Croft, Beto Menezes, William de Souza, Lucas Maia, além dos organizadores e o editor Diego Moreau.
Conversamos com Stancki para saber um pouco mais a respeito dele e sobre como foi realizar esse projeto tão relevante aos amantes do cinema.
Darkflix: Como surgiu o seu interesse pelos filmes de terror? É verdade que já começou na infância?
Rodolfo Stancki: Durante os anos noventa, os canais abertos de televisão no Brasil exibiam filmes de horror sem qualquer cerimônia. Eu estudava de manhã e ficava de olho na programação da tarde. Vi Brinquedo Assassino (1989), A Noite dos Mortos-Vivos (1990) e Tubarão (1975) aos oito anos, sem que ninguém me avisasse que aquilo não era exatamente uma programação ideal para a infância. Daí para virar um caçador de títulos do gênero na locadora foi um pulo.
Darkflix: Essa paixão influenciou as suas escolhas acadêmicas, você escreveu uma dissertação sobre “A representação Social do Cinema de Horror” e também pesquisa sobre o terror como gênero cinematográfico em seu doutorado. Em que momento decidiu seguir por este caminho?
RS: Comecei a pensar no horror como um campo de estudos quando criei um blog de cinema e notei que escreva mais sobre os filmes do gênero do que qualquer outra coisa. Acho que a descoberta dos filmes de George Romero também ampliou minha percepção de que essas produções eram chaves para entender a realidade em que vivemos. Dali para frente, comecei a ler muita gente que pesquisava o tema e passei a me dedicar a ele como tema acadêmico.
Darkflix: Como e quando nasceu a ideia de organizar o livro “O Melhor do Terror dos Anos 80”?
RS: Em meados do ano passado, um editor da Skript comentou a ideia de organizar um livro em um grupo de WhatsApp. Desse grupo, nasceu outro grupo, em que começamos a chamar pessoas para discutir uma coletânea de textos sobre cinema de horror. No fim do ano passado, batemos o martelo na ideia de trabalhar somente com títulos dos anos 80.
Darkflix: Qual o objetivo da obra?
RS: Queremos produzir um livro que funcione como guia para que as pessoas conheçam o cinema de horror produzido nos anos 80. A ideia é ser um manual de referências, com informações e resenhas sobre as produções do período. Adoro esse tipo de livro.
Darkflix: Como foi a seleção dos 25 autores convidados e como eles se organizaram para escolher os filmes sobre o qual escreveriam?
RS: Nós chamamos pessoas que pesquisam e escrevem sobre o cinema de horror em diferentes plataformas. Eu, a Jéssica Reinaldo e o Euller Félix somos os organizadores – à convite da própria Skript. Algumas pessoas conceberam o projeto conosco, mas chamamos pessoas que são podcasters, youtubers e blogueiros – além de pesquisadores, acadêmicos e críticos de cinema.
Darkflix: Na sua opinião quais são os cinco filmes de terror imperdíveis dos anos 1980 e por que eles são relevantes?
RS: Só cinco? Que difícil. Eu escolheria O Iluminado (1985), A Hora do Pesadelo (1984), Gremlins (1984), A Volta dos Mortos-Vivos (1985) e A Mosca (1986).
Darkflix: O gênero do Terror se reinventa constantemente, qual a principal diferença entre as obras dos anos 80 para as das demais décadas que se seguiram?
RS: Essa é uma pergunta bem legal. O horror norte-americano da década de 1980 marca a consolidação de uma geração de cineastas outsiders que pegaram onda na renovação provocada pela Nova Hollywood a partir da década de 1960. Wes Craven, John Carpenter, Joe Dante e Tobe Hooper vieram de fora do sistema com obras provocadoras e passaram a produzir filmes com muita autoria e inventividade. Nesse período, uma revolução tecnológica também permitiu novos artifícios técnicos para criar efeitos visuais incríveis. Isso consolidou um momento bastante criativo para o gênero.
Darkflix: O design da capa do livro foi criado pelo ilustrador Marcel Bartholo e traz inúmeros easter eggs, são 21 elementos visuais que remetem aos clássicos do terror dos anos 80, de onde partiu essa ideia?
RS: Acho que há muito talento nessa arte do Bartholo. A ideia veio dos editores que pediram sugestões de referências para os autores. O resultado ficou muito legal. Volta e meia abro o arquivo para ficar caçando as imagens ali.
Darkflix: O livro será publicado pela Editora Skript e já está em pré-venda no site de financiamento do Catarse, após o prazo estipulado para a campanha ainda será possível adquirir a obra por meio de outro canal?
RS: Vai sim. O livro poderá ser adquirido pela Amazon.
Darkflix: Você pretende organizar ou escrever outros livros sobre o terror e seus subgêneros?
RS: Tenho mais um livro para sair até o fim do ano. A obra se chama A Zona Crepuscular e é uma versão da minha tese de doutorado. É uma obra sobre como a série “Além da Imaginação” pode nos ajudar a entender as fake news e a presença de ficção fantástica e horror dentro do Jornalismo.
Quer saber mais sobre o livro “O Melhor do Terror dos Anos 80” e sobre os responsáveis pela obra, acesse aqui. Aproveite e garanta o seu exemplar, ele estará disponível no Catarse até o dia 30 de agosto.