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Saiba como o Fantaspoa se tornou um dos Festivais mais importantes da América Latina

Tudo começou há 15 anos, quando Porto Alegre, capital do estado de Rio Grande do Sul, sediou um tipo de evento inédito no país, um festival de cinema fantástico. A ideia surgiu quando os organizadores participavam de um festival de cinema no Uruguai. Fãs da sétima arte, chegaram à conclusão de que não havia algo parecido no Brasil, algo relevante e decidiram criar o próprio evento. Optaram por focar no cinema fantástico (ficção científica, fantasia e horror), não apenas por apreciarem o gênero, mas por que tais produções dificilmente encontravam distribuição nacional.

Os amigos não possuíam dinheiro, produtora ou patrocinadores, apenas o grande desejo de realizar o projeto. Em 2005, conseguiram então uma parceria com o Clube de Cinema de Porto Alegre para fazer as primeiras sessões. Foram modestos 15 filmes, na maioria clássicos, obtidos emprestado por cinematecas e exibidos durante 6 dias. Nascia o I Festival de Cinema Fantástico de Porto Alegre, cuja a primeira edição contabilizou um público de 800 pessoas.

Apesar das dificuldades em se realizar um evento pioneiro no país, o festival continuou. Na sua segunda edição, em 2006, foram exibidos 20 longas e 12 curtas para um público de 1.500 espectadores. Também foi feita uma homenagem ao mestre do terror brasileiro, José Mojica Marins, o Zé do Caixão, com a apresentação de uma retrospectiva da obra do cineasta.

 

João Pedro Fleck, um dos realizadores do festival / Foto: Divulgação

No seu quarto ano o evento passou por uma mudança de perfil. Os organizadores João Pedro Fleck e Nicolas Tonsho, queriam que o festival evoluísse e passasse a exibir filmes novos. Graças ao seu empenho, naquele ano conseguiram realizar a maior mostra competitiva de longas-metragens de um festival de gênero da América Latina. Foram exibidos 42 filmes em competição. Um total de 300 filmes, entre longas e curtas, ocuparam 6 salas de cinema ao longo de 15 dias.

Também foi no ano de 2008 que o Fantaspoa alçou voo. A sua seleção de filmes de 2006 e 2007 foi exibida em outros festivais: no Riofan (Rio de Janeiro), no Rojo Sangre (Argentina), no Macabro (México) e no Mise-en-Scene’s Short Film Festival (Coréia do Sul).

A essa altura o festival já possuía um nome mais atraente: Fantaspoa, uma mistura de fantástico com POA, abreviação normalmente usada para designar Porto Alegre.

Neste mesmo ano os idealizadores criaram a empresa Fantaspoa Produções, que passou a produzir o festival e posteriormente também realizou filmes. O primeiro a ser produzido foi “Jorge e Alberto Contra os Demônios Neoliberais” exibido no festival em 2014, seguido por “Toda la Noche”, dirigido por Jimena Monteoliva e Tamae Garateguy e “A Percepção do Medo”, com os diretores Kapel Furman e Armando Fonseca, ambos apresentados no Fantapoa de 2015. Este ano, dois filmes trazem a assinatura do Fantaspoa na produção: “Skull, a Máscara de Anhangá” e “Antologia da Pandemia”, ambos exibidos recentemente em première mundial no festival de Chattanooga, nos Estados Unidos.

 

O Jornalista Felipe Guerra, Lamberto Bava e o cineasta Rodrigo Aragão no VII Fantaspoa / Foto: Reprodução

Em 2011, o evento se estruturou de uma forma próxima à ideal ao receber um patrocínio institucional robusto que possibilitou a vinda de mais de 17 convidados e a realização de uma homenagem à carreira do diretor italiano Lamberto Bava, que marcou presença no festival.

Ao longo dos anos, o Fantaspoa manteve o foco curatorial e o compromisso de exibir ao público filmes inéditos. Centenas de profissionais da sétima arte passaram pelo festival. A cada edição, o evento homenageia e realiza mostras de grandes nomes do cinema nacional e internacional, além de trazer convidados ilustres de todo o mundo para promover debates, cursos e workshops com temas voltados ao seu universo. O evento aproxima um público cada vez maior de espectadores aos realizadores de cinema e reforça a sua relevância como o maior festival voltado ao cinema de gênero do Brasil e da América Latina.

No início de 2020, os idealizadores enfrentaram seu maior desafio: Como realizar o festival em plena pandemia de COVID-19? Segundo Nicolas Tonsho, um dos organizadores, antes mesmo da pandemia a situação do país já não era favorável e como reflexo disso, pela primeira vez em 9 anos, o Fantaspoa não conseguiu patrocínio algum. Para tentar reverter a situação criaram uma campanha de financiamento coletivo, mas a epidemia também colocou em risco a meta do crowfunding e os realizadores foram obrigados a adiar o evento.

O ambiente volátil fez os planos desenhados há tempos mudarem drasticamente, foi o apoio do público e de pessoas que não conheciam o festival que garantiram o sucesso da campanha financeira. Tudo isso foi possível devido as ações de divulgação elaboradas para dar visibilidade à arrecadação coletiva: foi criado um site para disponibilizar gratuitamente – com a permissão dos cineastas – 28 longas-metragens exibidos nas edições do festival, além do concurso “Fantaspo at Home” que incentivou as pessoas a produzirem curtas com temas correlatos à pandemia de Covid-19 sem saírem de suas casas. A adesão foi considerável e o resultado gerou a “Antologia da Pandemia”, com 13 curtas selecionados que posteriormente foram vendidos para uma empresa estrangeira.

 

Imagem: Divulgação

A concepção do formato online do evento começou a se desenhar. Muito filmes foram lançados nesse período e ficaram sem exibição devido ao fechamento das salas de cinema, isso gerou uma oportunidade propicia para a realização do festival em um formato digital.

Tonsho conta que propuseram parceria para a Darkflix, plataforma de streaming de filmes dedicada inteiramente ao gênero fantástico, terror, ficção científica e fantasia, pois a empresa se encaixava com o projeto.

A Darkflix apoiou a ideia e aceitou abrigar todo o conteúdo do festival, os longas e curtas-metragens serão exibidos de forma gratuita na plataforma em todo o território nacional. De acordo com a assessoria de imprensa do serviço, a Darkflix se sente no dever de apoiar tais iniciativas para fomentar esse nicho do mercado cinematográfico que é tão fértil e criativo. “Temos certeza que a parceria com o Fantaspoa será um sucesso. É a primeira vez que o evento será realizado em ambiente virtual e proporcionará a um grande número de fãs e profissionais da área o acesso a todo o conteúdo do Festival de forma gratuita. Também será uma oportunidade para as pessoas conhecerem a plataforma e o serviço da Darkflix.”, conclui.

 

Imagem: Divulgação

No formato online as possibilidades se multiplicam. Além do amplo acesso, “não há restrição de horários como ocorre nas sessões tradicionais, nem cobrança de valor de ingresso. Por isso, acreditamos que o alcance do festival será muitas vezes maior do que no formato presencial”, destaca Tonsho.

Embora não haja receita financeira, os realizadores perceberam um considerável incremento de publicidade espontânea, com maior disseminação do nome do evento em outras regiões do Brasil. “Esperamos que o Fantaspoa se torne mais conhecido no país, de forma a atrair cada vez mais participantes no futuro.”, acrescenta o organizador. Certamente o maior objetivo do festival será alcançado: “possibilitar que muitas pessoas conheçam alguns dos filmes que amamos e criar/fortalecer uma comunidade com pessoas que, assim como nós, adoram cinema”.

 

 

DARKFLIX é um serviço de streaming de filmes e séries dos gêneros terror, ficção-científica e fantasia. Baixe o aplicativo DARKFLIX no seu celular ou tablet diretamente de sua loja de aplicativos ou acesse pelo site www.darkflix.com.br. Para ter acesso ao conteúdo pago basta assinar o serviço por R$ 9,90/mês, ele pode ser pago através de cartões de crédito, boletos bancários ou transferência bancária. A DARKFLIX está integrada ao Google Chromecast e outros serviços de casting similares.