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08 Filmes originais de terror que permanecem melhores que seus remakes

Há algumas décadas, quando um diretor decidia fazer um remake, o objetivo normalmente era melhorar o original, acrescentar elementos significativos no enredo ou aperfeiçoar cenas, edição, fotografia, enfim, criar uma obra que superasse a produção original e que fosse autoral. Atualmente, a história é outra. Muitos estúdios apostam em remakes, não apenas para adaptar a versão aos tempos atuais, mas para, simplesmente, lucrar com uma história que já fez sucesso no passado. Quantos filmes assim você já assistiu?

Muitos remakes destroem a identidade do longa antecessor – é claro, há exceções – e acabam com clássicos que não precisam de nenhuma adaptação. Esse é o caso dos filmes listados abaixo. Verdadeiros exemplares do terror que marcaram época e influenciaram o gênero.

 

“O Mensageiro do Diabo” (1955)

Lançado em 1955, “O Mensageiro do Diabo”, dirigido por Charles Laughton, é o primeiro e único trabalho do ator atrás das câmeras. O longa, ambientado nos Estados Unidos na década de 1930, flerta com os temas ganância, religiosidade e feminicídio, assuntos polêmicos em plenos anos 50. Baseado no livro “Night of The Hunter”, de David Grubb, o filme trouxe elementos que relembram o trabalho de Hitchcock e os contos dos irmãos Grimm. Nele acompanhamos a história de Harry Powell, um homem que se apresenta como um pastor peregrino para se aproximar da crédula viúva Willa, cuja o marido foi preso e executado por roubar um banco. Powell se casa com a mulher para tentar encontrar o dinheiro oriundo do assalto. Apesar de não apresentar violência gráfica, o enredo, a fotografia e a caracterização do vilão pertuba o público. A obra é considerada atualmente um dos melhores e mais belos filmes da sua época e acredite, é o filme favorito do cineasta Guillermo del Toro, que já afirmou que a direção de Laughton é tão linda e sombria que o fez chorar.

A obra ganhou um remake em 1991, sob o título “A Noite do Caçador”, dirigido por David Greene.

 

“Psicose” (1960)

“Psicose” é um clássico absoluto que fará parte dos anais da indústria cinematográfica para sempre. E isso não é questionável. Baseado no livro homônimo de Robert Bloch, o filme dirigido por Alfred Hitchcock revolucionou o gênero do terror. Filmado em preto e branco, por escolha de Hitchcock, e produzido com baixo orçamento, a obra fez um sucesso estrondoso no cinema. Chegou a ser indicada a quatro Oscars e embora não tenha ganho em nenhuma das categorias, Janet Leigh conquistou o Globo de Ouro de Melhor Atriz Coadjuvante pela sua atuação.

Protagonizado por Anthony Perkins, o filme conta a história de Marion Crane, uma secretária que rouba 40 mil dólares de seu chefe e foge para encontrar o namorado. À noite, durante a fuga, ela se perde e acaba encontrando o isolado Hotel Bates, onde decide se hospedar. O local é gerenciado por Norman Bates, um homem misterioso que vive à sombra da mãe superprotetora, Norma.

Em 1998, o diretor Gus Van Sant decidiu reproduzir o longa quadro a quadro (desta vez em cores). Sua proposta era recriar uma cópia exata do original. O resultado foi uma produção sem identidade e sem o carisma dos atores do primeiro filme. Norman Bates foi interpretado por Vince Vaughn. Desnecessário.

 

“O Homem de Palha” (1973)

“O Homem de Palha” é um incrível clássico cult criado por Anthony Shaffer e Robin Hardy, o filme teve ótima recepção da crítica especializada e do público. Ele possui elementos de fantasia e horror e conta a história do sargento Howie que passa a investigar o desaparecimento de uma menina em uma pequena comunidade isolada na costa oeste da Escócia. Durante a investigação, o policial moralista se choca com os costumes do local onde casais fazem sexo ao ar livre e mulheres dançam nuas em rituais religiosos. Quando conhece o Lord Summerisle, líder religioso de uma seita pagã, belamente interpretado por Christopher Lee, a sua investigação passa a correr perigo. O filme é uma obra de arte do cinema fantástico, mas não escapou de um remake escrito e dirigido por Neil LaBute: “O Sacrificio” de 2006. Estrelado por Nicolas Cage, o filme ganhou mais frentes dramáticas, porém sem o caráter de urgência e mistério do original, deixando de ser convincente.

 

“O Massacre da Serra Elétrica” (1974)

“O Massacre da Serra Elétrica” é um filme obrigatório para entender a evolução do cinema de horror americano. Dirigido por Tobe Hooper, a obra praticamente deu início ao gênero slasher e é um dos grandes clássicos do cineasta, também responsável por “Pague Para entrar, Reze Para Sair” (1981), “Poltergeist: O Fenômeno” (1982), “Força Sinistra” (1985) e “Invasores de Marte” (1986).

Em “O Massacre da Serra Elétrica”, Hooper – ainda em início de carreira – se inspirou livremente na vida do assassino Ed Gein para criar a obra. O enredo gira em torno de dois irmãos que viajam com seus amigos ao Texas com o objetivo de verificar o túmulo supostamente vandalizado de um parente, porém, no caminho até o local, são atacados por uma família de canibais. O filme é reconhecido atualmente como um grande cult influenciador do gênero.

O remake do filme aconteceu em 2003 pelas mãos do grande Micheal Bay, que preferiu focar nas cenas realistas das mortes do que no desenvolvimento dos vilões e demais personagens. Nesta versão, Leatherface foi transformado em um brutamontes sem cérebro que gosta de estraçalhar suas vítimas.

 

“A Profecia” (1976)

“A Profecia”, de Richard Donner, foi baseado no livro homônimo do autor David Seltzer e aborda o tema relacionado à figura maligna do diabo usando uma criança por intermédio. Na trama, Kathy dá a luz a uma bebê morto. Com receio de sua esposa não suportar a perda, Gregory adota outro recém-nascido para substituir seu filho sem que a esposa saiba. Damien cresce e se torna um menino doce e saudável, mas no seu aniversário de cinco anos coisas estranhas e perturbadoras começam a acorrer. No decorrer do filme, descobrimos que o garoto é a encarnação do anticristo. Com excelente direção, um roteiro bem-sucedido e uma trilha sonora impecável, o longa sempre figura nos primeiros lugares das listas de melhores filmes de horror do cinema. Um clássico absoluto e imperdível.

A obra passou por uma refilmagem em 2006, porém a versão do cineasta John Moore deixou a desejar. Nela, não temos o terror psicológico do original que foi substituído por sustos convencionais. A atuação de Seamus Davey-Fitzpatrick como o filho de Satanás é fraca se comparada à performance do ator do original.

 

“Holocausto Canibal” (1980)

Este é um dos filmes mais perturbadores já produzidos na história do cinema. Lançado em 1980, o terror italiano dirigido por Ruggero Deodato, se tornou alvo de controvérsias devido ao incrível realismo e a violência gráfica exibida durante os seus 96 minutos. Na verdade, Deodato foi preso logo após a estreia do longa, pois muitas pessoas acreditavam que alguns dos atores tinham realmente morrido durante as gravações, isso porque a violência praticada contra eles parecia extremamente real. O diretor foi solto, mas o filme foi banido em vários países. Apesar dos atores terem sobrevivido às filmagens, infelizmente alguns animais usados em cena não tiveram essa sorte.

Pioneiro da técnica found footage, o longa é referência a todos os cineastas que se aventuram em produções de terror e possui lugar de honra no panteão dos clássicos do gênero. Na trama, quatro americanos desparecem quando estão na Amazônia produzindo um documentário sobre tribos indígenas. Uma missão de resgate é organizada, mas o grupo só encontra as filmagens feitas pelos documentaristas que revelam o seu trágico destino.

Em 1981, o italiano Umberto Lenzi dirigiu “Cannibal Ferox”, outro filme que retrata o tema canibalismo. Apesar das inúmeras semelhanças com “Holocausto Canibal”, a obra foi ofuscada pelo seu antecessor e se tornou famosa pela propaganda negativa que recebeu, sendo banida de mais de 31 países.

 

“A Hora do Pesadelo” (1984)

Em 1984, o visionário Wes Craven nos apresentou o personagem que seria um ícone da cultura pop: Freddy Krueger, um dos maiores vilões da história do terror que debutou em “A Hora do Pesadelo”, filme escrito e dirigido pelo cineasta que posteriormente contou ter se inspirado em fatos reais para criar a história. Ele se baseou em uma série de mortes misteriosas em que vítimas de constantes pesadelos morriam durante o sono. No longa, o espírito monstruoso de um assassino de crianças busca vingança invadindo os sonhos de adolescentes cujos pais foram responsáveis por sua morte prematura. Os jovens só conseguem escapar quando acordam do pesadelo. Para dar um ar mais sombrio à história, mais de quinhentos galões de sangue falso foram utilizados no filme que logo se tornou um clássico do gênero slasher.

A obra se tornou uma franquia com várias continuações, mas em 2010 resolveram lançar uma refilmagem do sucesso. Infelizmente a nova versão é cansativa e falha em criar os momentos de tensão. Há pontos positivos na criação do diretor Samuel Bayer, mas o roteiro e o trabalho com o personagem principal não se igualam ao original

 

“A Bruxa de Blair” (1999) 

“Em outubro de 1994, três estudantes de cinema desapareceram na floresta perto de Burkittsville, Maryland, enquanto filmavam um documentário. Um ano depois o material foi encontrado”. É com essa premissa que o filme começa, anunciando que o que está por vir é uma busca pela verdade e pelos jovens Heather Donahue, Joshua Leonard e Michael C. Williams. As imagens encontradas certamente trariam alguma luz na busca pelos cineastas inexperientes.

Com roupagem de documentário, o filme de Daniel Myrick e Eduardo Sánchez, foi exibido com grande aceitação no Festival de Sundance de 1999.

O que fez o filme se tornar avant-garde é o fato dos diretores não usarem nenhum efeito especial para assustar o público, a Bruxa sequer aparece durante o longa e as reações dos atores eram reais, uma vez que eles não sabiam o que esperar enquanto estavam na floresta. O longa fez muito com pouco e se tornou um grande sucesso na época, sendo lembrado até hoje pelos apaixonados pelo terror e copiado por produções que beberam na fonte do subgênero found footage.

Um remake disfarçado de continuação foi feito em 2016. Sob o mesmo título, o longa repete a receita do original, mas perde a tenuidade. Há bons elementos, como os cenários sombrios, personagens relativamente carismáticos e a onipresença da bruxa, mas quando comparado ao primeiro, acaba evidenciando que a fórmula está desgastada.

 

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