Hoje, dia 08 de março, celebramos o Dia Internacional das Mulheres e para colocar os holofotes sob as divas que fizeram e fazem do terror um gênero melhor selecionamos oito filmes imperdíveis.
Elas sempre fizeram parte da indústria cinematográfica, embora na maioria das vezes, nunca tenham recebido o reconhecimento merecido, principalmente quando estavam por trás das câmeras. Mas isso vem mudando. Até mesmo o estereótipo das personagens femininas nos filmes de terror evoluiu. Isso se deve às mudanças comportamentais do público e a necessidade por maior representatividade no meio.
A participação ativa de mulheres, sejam roteiristas, críticas, atrizes, diretoras, designers, produtoras e tantas outras funções do setor, enriquecem a indústria (literalmente) e proporcionam obras ímpares e divertidas aos fãs.
Nada mais justo, do que conhecer melhor o trabalho de nomes relevantes do setor. Confira a seguir a nossa modesta seleção em homenagem a mulheres incríveis! Todos os filmes estão disponíveis no streaming Darkflix.
1- Quando Chega a Escuridão (1987)
Antes de se tornar a primeira mulher a ganhar um Oscar de Melhor Direção por “Guerra ao Terror” (2008), Kathryn Bigelow fez sua estreia na direção no filme “Quando Chega a Escuridão”, uma história de vampiros que traz influências dos livros de Bram Stoker e Anne Rice, porém sem os debates existenciais e autorreflexões presentes em tais obras.
No longa, a diretora lança um olhar moderno sobre as criaturas da noite, ela deixa de lado o misticismo que sempre permeia tais lendas e foca no tom realista. O longa se destaca entre os demais do mesmo gênero por ser cativante e dar uma visão humana sobre os vampiros. Na história, o jovem Caleb conhece Mae, uma moça misteriosa por quem o fazendeiro se sente atraído imediatamente. Juntos os dois embarcam em uma perigosa aventura acompanhados pela “família” de Mae, um grupo de errantes noturnos que semeiam o horror.
2 – Mary Mórbida (2012)
As canadenses Jen e Sylvia Soska, irmãs gêmeas também conhecidas como The Soska Sisters, sempre foram apaixonadas pelo terror. Ainda crianças, devoraram os livros de Stephen King e adoravam ver as imagens sangrentas nas capas de filmes de terror nas locadoras e revistas do seguimento. Anos depois, criaram a Twisted Twins Productions, selo responsável por “Mary Mórbida”. O filme recebeu inúmeros elogios e prêmios, tornando-se um clássico cult.
No longa, mergulhamos no universo das modificações corporais extremas. Mary (Katharine Isabelle) é uma promissora estudante de medicina, mas passa por problemas financeiros. Para reverter a situação, decide tentar a sorte como stripper. Durante uma emergência no local, o dono da boate oferece 5.000 dólares a estudante, para que ela realize uma cirurgia em um homem. Em pouco tempo, a jovem passa a receber estranhas propostas para realizar operações ilegais, na maioria envolvendo modificações corporais. Mary se vê obrigada a largar a faculdade após uma situação abusiva e mergulha de vez em um universo bizarro e excêntrico.
3 – Cemitério Maldito (1989)
Após trabalhar com os maiores músicos da década de 1990, a cineasta Mary Lambert levou o seu talento para as telas de cinema. Em 1989, dirigiu “Cemitério Maldito”, adaptação do romance de Stephen King. Graças à Mary, o filme ganhou uma das trilhas sonoras mais reconhecidas da história, Dee Dee Ramone, amigo da diretora, criou a música “Pet Sematary”, um dos maiores hits do Ramones.
“Cemitério Maldito” se destacou por se um terror eficiente, que mesmo após décadas ainda cria uma angústia incômoda no espectador. Na história, o jovem doutor Louis Creed se muda com a esposa e seus dois filhos para uma casa na pequena cidade no Maine. Após a morte do gato de estimação da família, o pai descobre um cemitério indígena que tem o poder de ressuscitar o que for enterrado no terreno. Quando um acidente tira a vida de seu filho, Creed decide enterrar o menino no mesmo local sem imaginar as consequências terríveis que estão por vir.
4 – Slumber Party – O Massacre (1982)
“Slumber Party – O Massacre” é o primeiro filme de uma trilogia lançada no auge do gênero slasher. Produzido pelo icônico Roger Corman, cineasta conhecido por suas produções de baixo orçamento, o projeto foi encabeçado pela roteirista Rita Mae Brown e pela diretora Amy Holden Jones. Com um tom crítico e satírico, a trama acompanha um grupo de colegiais em uma festa do pijama na casa de uma delas. O programa da noite é pizza e diversão, mas como de costume, alguns rapazes devem aparecer na festinha, inclusive um maníaco que acabou de fugir de uma instituição psiquiátrica munido de uma furadeira pronto para dilacerar algumas vítimas. Ao longo dos anos, a obra recebeu o status de cult, que aumentou após o lançamento de seu remake, dirigido pela cineasta Danishka Esterhazy.
5 – O Beijo do Vampiro (2012)
Filha do famoso ator e diretor John Cassavetes e da atriz Gena Rowlands, Alexandra Cassavetes herdou a paixão da família pelo cinema. Estreou em 2004, com o “Z Channel: A Magnificent Obsession”. Oito anos depois, inspirada pelas obras de terror gótico dos anos 1970, escreveu e dirigiu seu primeiro longa-metragem, “O Beijo do Vampiro”, estrelado por Milo Ventimiglia e Joséphine de la Baume.
Na trama, Djuna é uma vampira romântica que por escolha não se alimenta do sangue de humanos. Certo dia, conhece o roteirista Paolo, mas apesar da atração mútua ela rejeita os avanços do rapaz. Apesar de suas desculpas, a paixão fala mais alto. O clima muda quando Mimi, irmã de Djuna, decide passar algumas semanas com ela. Com personalidades opostas, o relacionamento entre as irmãs fica tenso e perturba a comunidade de vampiros.
6 – A Maldição de Carrie (1999)
Aos 19 anos, Katt Shea deixou Detroit rumo à Los Angeles para se tornar atriz. Atuou em pequenos papéis por alguns anos, mas não ficou satisfeita, decidiu então trabalhar com roteiro e direção. Sua estreia aconteceu no promissor “Strip-tease da Morte” de 1987, também sendo responsável pela sua sólida sequência. Em 1999, esteve à frente de “A Maldição de Carrie”, continuação da obra baseada no livro de Stephen King. No longa, Rachel Lang é uma jovem com poderes telecinéticos, que sofre com o bullying constante de seus colegas de escola. A única pessoa que pode ajudá-la é Sue Snell, uma sobrevivente ao ataque de Carrie White, ocorrido há 23 anos. Sue pode ser a chave para Rachel aceitar seus poderes incríveis, mas indesejados.
7 – Um Jantar Sangrento (1987)
Jackie Kong se mudou para Hollywood para que a sua mãe pudesse seguir a carreira de atriz. Aos 18 anos ingressou na California State University Northridge e logo depois conheceu o produtor e diretor Bill Osco, com quem aprendeu mais sobre o universo da sétima arte.
Em 1983, com apenas 26 anos, Kong dirigiu seu primeiro longa: “A Noite do Medo”. Nele, um detetive investiga estranhos acontecimentos que se abatem sobre a pequena cidade de Pottsville, Idaho. Quatro anos depois, Kong dirigiu “Um Jantar Sangrento”, filme que colocou o nome da cineasta no mapa.
Lançado em 1987, a produção conta a história de dois irmãos que, ao ressuscitarem seu falecido tio, recebem a missão de acordar uma antiga deusa egípcia chamada Sheetar, mas para isso devem alimentá-la com um banquete de mulheres. O filme renovou o gênero do horror ao combinar elementos do slasher, do cinema exploitation, do gore e da comédia, criando algo novo, um subgênero diferente de tudo o que vinha sendo feito nas últimas décadas.
8 – Irmãs de Sangue (1987)
Poucos cineastas foram tão importantes para o cinema dos anos 1960 e 1970 quanto Roberta Findlay, cineasta que escreveu, dirigiu, produziu e atuou em vários títulos. Embora tenha enfaticamente rejeitado o rótulo de feminista, inegavelmente, Findlay abriu novos caminhos para as mulheres no cinema, mesmo atuando no gênero exploitation, fatia mordida e sensacionalista da indústria cinematográfica.
Em “Irmãs de Sangue”, sete moças devem passar a noite em uma antiga casa como parte de uma iniciação para a irmandade. Elas precisam demonstrar maturidade e coragem, mas algo misterioso irá acabar com a vidas das amigas, uma a uma.
Extra – Halloween – A Noite do Terror (1978)
OK, sabemos que “Halloween” não foi dirigido por uma mulher, mas não podíamos deixa-lo de fora da lista. Minuciosa e competente, a produtora e roteirista Debra Hill, contribuiu para a construção da obra que se tornou um marco na história do cinema de horror. É comum ver o nome de John Carpenter associado ao título, mas é preciso ressaltar que Debra Hill produziu e co-escreveu o longa original. Foi ela, inclusive, que criou a personagem Laurie Strode, vivida pela atriz Jamie Lee Curtis.
A história, que privilegia o suspense e o clima de tensão mais do que vísceras e sangue, acompanha um menino de apenas seis anos ser enviado para um hospital psiquiátrico após esfaquear e matar a sua irmã mais velha no dia das Bruxas. Quinze anos se passam, e na noite de Halloween, o assassino foge da instituição rumo a sua cidade Natal, Haddonfield, em Illinois. Ainda obcecado pelo assassinato da irmã, Michael Myers, agora com 21 anos, escolhe um novo alvo: a estudante Laurie Strode, interpretada pela jovem Jamie Lee Curtis, que precisa lidar com o medo e a paranoia de ser perseguida por um desconhecido sem saber o real motivo.