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CineCaos reúne depoimentos de diretores das obras participantes desta edição

Com uma programação de 50 filmes, a sétima edição do CineCaos entra em sua reta final. A mostra teve início no dia primeiro de maio e amanhã, dia 10, chega ao final. O público terá acesso aos longas e curtas-metragens até às 23h59 desta terça-feira através da plataforma Darkflix.

Para aqueles que querem saber um pouco mais sobre os filmes e seus realizadores, o CineCaos fez uma coletânea com os depoimentos dos realizadores de alguns filmes que estão em exibição. Conheça agora os detalhes sobre 20 destas produções. Aproveite para se jogar na programação incrível e gratuita da mostra. Ainda há tempo.

 

Leo Miguel (DUAS COXINHAS)

Sobre o filme Duas Coxinhas, a ideia sempre foi fazer algo que todo brasileiro reconhece, afinal, todos já estiveram num boteco “pé sujo”, um lugar de poucas esperanças, comida ruim e cerveja barata. A produção foi até fácil, comparada a outras produções feitas por mim. O envolvimento de todos foi crucial para a realização da obra.

Quando escrevi o filme, relembrei muito de minha infância e dos botecos que tinham a minha volta na baixada fluminense do Rio de janeiro, um lugar dominado pelo tráfico de drogas, onde normalmente as calçadas desses bares são banhadas por sangue nas manhãs dos fins de semana. Aqui uma história de vingança, que lembra muito a realidade periférica do Brasil.

 

Davi Mello e Deborah Perrotta (TODOS OS ROSTOS QUE AMO SE PARECEM)

A ideia para este filme surgiu durante a segunda onda da pandemia da Covid-19. Queríamos retratar as nossas próprias lembranças como um espaço de memória coletiva, de um desconforto nostálgico, de um tempo de infância que não existe mais. É um filme que reflete a fragmentação e a transformação do corpo quando ocorre esse retorno aos lugares de memória, sejam estes espaços concretos, imaginários ou sonoros, ou mesmo pertencentes a um campo extrafísico.

 

Flávio Carnielli (SUGAR DEAD)

É um curta gore sem sangue, mas, ao mesmo tempo, muito nojento, idealizado a partir de um argumento nonsense, que é o de imaginar o ultimate sugar daddy, um senhor muito rico que, no entanto, foi levantado dos mortos, sendo assim, um sugar dead. Bad taste na veia!  Sugar Dead é um dos meus trabalhos preferidos, pois é um filme despretensioso e engraçado.

 

Kauan Oliveira (VENENO)

A obra integra um projeto de Produção Coletiva de Curtas realizado na cidade de Vitória da Conquista, sudoeste da Bahia, que visa descentralizar o olhar do cinema nas capitais e mostra como existimos e resistimos no interior baiano. Veneno é uma obra dos gêneros thriller e horror que retrata uma convivência, à primeira vista, cordial entre a empregada Silvia e patroa Suzana, mas que vai tencionando-se para uma relação de abusos de poder. Tudo isso sob o ponto de vista da empregada, que entende sua posição e seus direitos, fazendo de tudo para brigar pelo que acredita, não se render e resistir. É sob o ponto de vista de Silvia que o espectador é conduzido na narrativa, evidenciando a potência e resistência desses corpos tão explorados.

 

Pedro Pellegrini (BEIRA-MAR)

A produção do filme Beira-Mar foi bem atribulada. Eu e Denys Shcmitt encabeçamos o projeto no início de 2019, fizemos seleção de elenco, afinamos roteiro e a pré-produção no primeiro semestre do mesmo ano. Passamos por três meses de preparação de elenco e ensaios enquanto, em paralelo com o departamento de arte, refinávamos os elementos de cena, figurino e lapidávamos o roteiro. Quando demos início as gravações, a equipe estava muito bem entrosada, as personagens muito bem delimitadas e o espírito da jornada da personagem principal estava muito claro para toda equipe – o que nos proporcionou um trabalho muito focado dentro do set.

 

Salles Fernandes (O MINHOCÃO DO PARI – A ORIGEM DA LENDA)

O Minhocão do Pari – a origem da lenda foi um projeto realizado diante de vários desafios para elenco e equipe de produção. Para dar veracidade à trama, a produção construiu cenários e figurinos de época, já que a história se passa no século XIX, e fazer isso em uma cidade com pouco mais de 30 anos de existência, sem tradição no cinema, foi desafiador. Mesmo sofrendo com as restrições impostas pela pandemia, conseguimos concluir o curta que narra o surgimento de uma das maiores lendas do estado. A principal proposta dos idealizadores era fazer algo que tivesse a marca e identidade locais, foi por isso que todo o trabalho foi realizado por atores e profissionais técnicos locais. Vale destacar que, além da protagonista mulher, metade da equipe e elenco foi composto por mulheres incríveis que nos ajudaram a construir esse maravilhoso projeto. Já que a história tem como pano de fundo a luta de Maria Pari contra os costumes opressores da época. Tudo para dar origem ao Minhocão do Pari.

 

Wagner Montenegro (SETHICO)

Sethico propõe um passeio por lugares que marcam o horror da tragédia colonial na cidade do Recife. Da colônia à Covid-19, quando 72% das mortes pela doença foram de pessoas negras, estamos buscando táticas de sobrevivência num mundo que tenta nos matar. O filme nasceu num processo de reflexões sobre o habitar um corpo negro numa cidade marcada pela desigualdade racial. Muito mais do que falar dos sofrimentos, buscamos, com o filme, falar sobre nossas resistências. E, para isso, nos inspiramos na história de Seth, o deus egípcio do caos que, todos os dias, luta contra a serpente que ameaça engolir o mundo.

 

Liv Costa e Sunny Maia (NA ESTRADA SEM FIM HÁ LAMPEJOS DE ESPLENDOR)

O processo de realização do filme Na Estrada Sem Fim Há Lampejos de Esplendor foi atravessado pelas incertezas e pela abertura ao erro. Enquanto realizadores, optamos por não seguir fórmulas para a criação e a execução das cenas, apostando na liberdade e escolha dos atores. É preciso dizer ainda que o oculto interferiu na criação do filme, uma vez que muitas das decisões foram tomadas através do tarô, sendo O Louco o principal arcano da obra.

 

Júlia da Costa e Renata Mourão (ABJETAS 288)

O curta-metragem Abjetas 288 se passa em um futuro distópico, onde Joana (Débora Arruda) e Valenza (Dandara Fernandes) fazem uma jornada à deriva por uma cidade nordestina. Ele foi o nosso (Júlia e Renata) TCC da faculdade. Ficamos muito felizes com a distribuição dele, já passamos em alguns festivais e tivemos várias trocas positivas com pessoas que admiramos. Obrigada a todes que assistirem, já fortalece o corre!

 

Franco Dafon (VOVÓ)

Vovó é um filme que nasceu do anseio de retratar uma história protagonizada por uma matriarca negra, uma imagem familiar, caso que vovó, a Dona Gabriela, citada ao final, se trata desta persona. Trata-se de um enredo embasado em uma mineiridade sólida, a qual carrega a forte idealização de um cerco familiar fechado, histórias de grandes casarões, além da culinária que preenche o vazio de cada canto de um mineiro. Vovó é um filme de baixo orçamento, em que se transformou as limitações em não limitações, convergido a uma vontade de fazer uma produção sem recursos técnicos ser bem detalhada.

 

Luana Laux (TRÊS GRAÇAS)

Dar à luz a um filme-filho coletivo é uma experiência completamente mágica. Três Graças, como é da natureza dos filmes, é uma obra filha de muitos talentos do campo sensível. Feita pelo cinema de afeto, que me permitiu trazer amigos e fazer amigos para construí-la. Um encontro e acaso feliz, e um sonho coletivo profundo, esse é o princípio de sua gestação. Uma história sobre o eterno devir que é a libertação ancestral de ser mulher. Urgindo que se faça nudez dos estereótipos impostos a esse corpo, e se faça da liberdade um bastão sagrado, presente para as novas gerações

 

Fabio Salvador (RITUAL DE BELEZA)

A ideia do projeto era fazer uma versão moderna da Bruxa da Branca de Neve:  Alguém que só se importa com a aparência. No caso dos dias de hoje, é uma influencer vazia que quer ser a pessoa com mais likes, custe o que custar. A gente buscou fazer tudo com o máximo de efeitos práticos possíveis, desde vidro feito com açúcar até litros de sangue de mentira. A gente criou ilustrações para o livro, símbolos e nomes para deixar claro que não estamos criticando a bruxaria. A história é sobre uma pessoa que corrompe tudo isso.

 

Sandro Vilanova (COLARES, TALVEZ)

Este é o meu segundo curta. Foi filmado durante 30 dias em Colares, Pará. Como já tinha adquirido experiência em filmar no Amazonas, foi mais tranquilo e organizado. O filme tem como premissa de fundo a Operação Prato, ocorrida neste local pela aeronáutica a respeito de ovnis que assediavam os moradores há algumas semanas. Conheci o local após passar um mês lá em uma vila com uma handcam, colhendo diariamente depoimentos de todos os tipos.

 

Tássia Dhur (DESEJO)

Desejo surgiu da necessidade de falar da mulher e sua força para além das relações amorosas. De uma forma mais visceral e antropofágica, a protagonista se alimenta da vontade e do sangue das pessoas que cruzam seu caminho. Ela é a própria alquimia que leva ao seu maior desejo: ser mastigada e digerida pelas suas criações.

 

Filipe Travanca  (ANHANGABAÚ)

A ideia do curta Anhangabaú surgiu através da tentativa de abordar o espaço urbano de São Paulo a partir de uma perspectiva do horror e do fantasmagórico. Então, foi feita uma pesquisa acerca dos locais considerados assombrados na cidade, bem como da história ligada à memória daqueles espaços. Conforme o projeto foi se desenvolvendo, foi definido o fio narrativo do Rio Anhangabaú, que orientou todo o desenvolvimento da gravação e da montagem.

 

Dino Menezes (O GATO FANTASMA DO CEMITÉRIO DO PAQUETÁ)

Animação de terror O Gato Fantasma do Cemitério do Paquetá apresenta um gato macabro transformado em “salvador da pátria”. Produção independente da Dino Filmes, é baseada em conto de livro do diretor. Uma visita fortuita ao cemitério do Paquetá, em Santos, para fotografar, rendeu ao cineasta Dino Menezes não só companhia, mas também uma imagem especial, um conto e um filme de animação.

 

Victor Freitas (NEGRUME DA GUERRA)

Negrume da Guerra é o resultado de muitos acúmulos… Resolvo falar do trauma colonial para angustiar o espectador, no qual estará sujeito a mobilizar forças interiores para resolver seus sentimentos que estão sufocados, seja pela trilha, atuação ou roteiro que venha gerar esse estímulo. Portanto, tal semelhança entre o espectador e a história nutre o sentimento de responsabilização distinta e histórica que brancos, negros e originários possuem com o desmonte colonial. Tendo em vista que o filme tem o seu roteiro perpassado pelas múltiplas experiências negras desenvolvidas no plano Brasil, no qual a fome, violência e morte estão associados ao imaginário colonial, meu filme é emplacado em uma disputa por novos imaginários contra-coloniais.

 

Larissa Nepomuceno (SEREMOS OUVIDAS)

A produção de Seremos Ouvidas foi um processo muito desafiador. Tive consultoria com um amigo surdo, para compreender a melhor maneira de filmar um documentário todo em LIBRAS, e o apoio das entrevistadas, que me auxiliaram no período de pesquisa, para compreender quais assuntos eram imprescindíveis que estivessem no filme. Foi uma produção independente e toda a equipe trabalhou muito para que ele se tornasse realidade.

 

José Marques de Carvalho Jr (O SONHO DO INÚTIL)

O Sonho do Inútil foi construído a partir de imagens de arquivos guardadas ao longo de cerca de 16 anos. A ideia nasceu da necessidade de dar um destino para todo esse material, e, também, contar a história dos meus amigos. As imagens recentes foram gravadas no início da pandemia, o que foi um grande desafio. O Sonho do Inútil foi exibido no festival Olhar de Cinema e ganhou menção honrosa do júri da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine).

 

Camila Mota (AVÁ – ATÉ QUE OS VENTOS ATERREM)

Podemos dizer que se trata de uma ficção científica às avessas. Desde Julio Verne até as aventuras farsescas de bilhardários excêntricos como Elon Musk e Jeff Bezos, passando pelos inúmeros seriados e filmes do gênero no século XX, criou-se o imaginário da fuga da terra como a perspectiva predominantemente hegemônica do futuro da humanidade. AVÁ é um poema sobre a re-versão desse imaginário. Da ficção científica para a re-ligação com a terra. Porque nunca deixamos de ser gente, bicho, mata, água e terra.

 

 

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