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“O teatro de contos de fadas de Shelley Duvall”: A fantástica e cultuada série chegou à Darkflix+

A maioria do público de hoje não está familiarizado com a antologia “O Teatro dos Contos de Fada de Shelley Duvall”, show produzido e apresentado por Duvall, atriz que contracenou com Jack Nicholson em “O Iluminado” de Stanley Kubrick.

Mas para aqueles que nasceram no início dos anos 1980, talvez a série faça parte de suas lembranças. “O Teatro dos Contos de Fada” foi ao ar nos Estados Unidos em 1982 e terminou em 1987 após 6 temporadas e 27 episódios. No Brasil, a antologia foi exibida pela TV Cultura.

O que chamou a atenção do público foi o requinte com o qual 26 contos de fadas foram adaptados para a tela, além disso, todos os episódios traziam atores, escritores e diretores famosos em grandes performances.

Entre os diretores que participaram do projeto estão Tim Burton, Francis Ford Coppola, Eric Idle, Ivan Passer, Roger Vadim e muitos outros. Já o elenco de peso trouxe ícones do cinema como Vanessa Redgrave, Helen Mirren, Vincent Price, Susan Sarandon, Leonard Nimoy, James Earl Jones, Sofia Coppola, Robin Williams, Mick Jagger, Christopher Lee, Frank Zappa, Anjelica Huston, Jeff Bridges, Gena Rowlands, Carrie Fisher, Liza Minnelli e Christopher Reeve (só para citar alguns).

 

Susan Sarandon no episódio “A Bela e a Fera” / Arte: Jerry Monley

Além dos astros como protagonistas, “O Teatro dos Contos de Fada” apresentou uma combinação única e maravilhosa de humor para crianças e adultos. Os roteiristas introduziram inúmeras piadas para também divertir os pais. E apesar da sua comicidade, a obra se manteve fiel às histórias originais ao mesmo tempo que suavizou qualquer severidade dos contos clássicos adequando a trama para toda família.

Grande parte da magia da série surgiu da forma como ela não se levava muito a sério, ao mesmo tempo em que não se esquivava da ética feminista intencional. Por exemplo, o príncipe de “A Bela Adormecida”, interpretado por Christopher Reeve, é um galã frívolo, sua presença no conto serviu para mostrar ao público como aquele personagem era lindo, mas vazio. Aliás, nenhuma das princesas, rainhas e bruxas da série se dignaram a lidar com tais personagens emocionalmente desgastantes. O objetivo era fazer o público se divertir, mas ao mesmo tempo se questionar sobre o que estava rindo. Suas mensagens são tão relevantes hoje quanto eram nos anos 80.

Por mais exagerado que fosse o programa, os episódios buscavam fundamentar toda a magia das histórias na realidade, retirando parte do romantismo fantasioso para tornar óbvio o quanto a moral e as ideias dos contos originais (sejam boas ou ruins) se tornaram parte dos pilares da cultura pop.

Ao lado dos produtores Bridget Terry e Fred Fuchs, Shelley DuVall introduziu inventividade, entusiasmo, inteligência e observações sociais contundentes, algo incomum no cenário árido da programação infantil televisiva da época. Sem nenhum tipo de crítica explicita, a equipe criativa de “O Teatro dos Contos de Fada de Shelley Duvall” conseguiu rir dos contos de fadas com inteligência apresentando ótimos roteiros, atuações e direção.

 

Robin Williams e Teri Garr no episódio “O Príncipe Sapo” / Arte: Chuck Gillies

Concebida inicialmente por Duvall enquanto filmava o longa “Popeye” (1980) ao lado de Robin Williams (que mais tarde protagonizaria o primeiro episódio da série com a história “O Príncipe Sapo”), a antologia recontou os clássicos “Rapunzel”, “Bela Adormecida”, “João e Maria”, “A Princesa e a Ervilha”, A Bela e a Fera”, “Os Três Porquinhos”, “Pinóquio”, A Pequena Sereia”, “O Gato de Botas” e muitos outros. Vale a pena conhecer ou rever essa obra clássica e cultuada do gênero fantástico. “O Teatro dos Contos de Fada de Shelley Duvall” está disponível na Darkflix+.

 

 

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