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Os monstros que habitam a Universal Pictures

Com mais de 100 anos de existência, a Universal possui uma rica história cinematográfica e um legado cultural inestimável, mas foram nas décadas de 1930 (período em que houve a depressão econômica) a 1950 que o estúdio produziu inúmeros longas de terror, que ficaram conhecidos posteriormente como a franquia de Monstros da Universal, uma série de sucessos responsáveis pela era de ouro do estúdio.

Após o termino da Primeira Guerra Mundial, na década de 1920, os Estados Unidos foram invadidos por inúmeras peças de teatro que abordavam o terror, dentre elas se destacou a adaptação de “Drácula” de Abraham Stoker que estava em cartaz na Brodway e arrecadou cerca de US$ 2 Milhões em bilheteria. O sucesso chamou a atenção da Universal Pictures que decidiu levar o vampiro para as telas em 1931. Bela Lugosi que interpretava Drácula no teatro, também foi chamado para viver o vampiro no cinema, o filme acabou se tornando um marco na trajetória do ator que o eternizou como o conde da Transilvânia. O longa da Universal teve uma ótima aceitação do público e deu folego à empresa que já amargava dois anos de prejuízo.

 

Imagem: Reprodução

 

Ainda lidando com as consequências da crise econômica e com a influência do movimento expressionista alemão, o cinema americano mergulhou na produção de filmes de terror, uma tendência na época, não apenas pela demanda da audiência, mas movidos pelo lucro e pelo baixo investimento na produção dos filmes do gênero. Porém, isso não era novidade para a Universal Pictures que já havia adaptado para o cinema mudo as peças “O Corcunda de Notre Dame”, em 1923 e “O Fantasma da Ópera” em 1925, entre outros filmes.

Nessa época a Universal já possuía um bom sistema de distribuição de filmes na Europa e para continuar no mercado europeu, contrataram diretores alemães fortemente influenciados pelo expressionismo e pelo gótico, o que diferenciou a Universal dos demais estúdios americanos.

Após o sucesso de “Drácula”, o estúdio produziu “Frankenstein” baseado no livro da escritora Mary Shelley. O jovem ator britânico Boris Karloff deu vida ao monstro de aparência icônica que amedrontou multidões, a direção ficou por conta de James Whale, que em companhia do maquiador Jack Pierce, se tornou uma lenda da cinematografia.

Por questões econômicas muitos elementos eram reutilizados, o cenário das vilas europeias usadas em “Drácula”, por exemplo, foram reaproveitadas em “Frankenstein”, outra saída para cortar custos era a contratação de atores que possuíam características marcantes, mas não eram necessariamente grandes estrelas como é o caso de Lon Chaney.

 

Imagem: Reprodução

 

A próxima escolha da Universal foi a “Múmia”, lançada em 1932. A aposta foi assertiva, pois o túmulo de Tutancâmon havia sido descoberto há apenas 10 anos e ainda era notícia nos jornais que questionavam se as mortes de pessoas envolvidas na escavação eram devidas à maldição da múmia. O longa foi dirigido por Karl Freund e estrelado por Boris Karloff, o ator contou novamente com o talento do maquiador Jack Pierce para ficar irreconhecível como o sacerdote mumificado.

Em 1933, a Universal apostou na adaptação da obra de H.G. Wells e trouxe às telas “O Homem Invisível” interpretado por Claude Rains, em um papel satírico, sádico e trágico.

O longa foi dirigido por James Whale e parte do destaque ficou por conta da tecnologia usada na época, algo semelhante ao chroma key, para deixar o personagem invisível. Tudo graças aos efeitos especiais de John P. Fulton, John J. Mescall e Frank D. Williams.

 

Imagem: Reprodução

 

Uma obra que merece destaque entre a cronologia da Universal é “A Noiva de Frankenstein” de 1935, considerada uma das melhores continuações da história do cinema.

O livro de Mary Shelley também inspirou o longa, mas o diretor James Whale (também responsável pelo filme Frankenstein) trouxe novas ideias e tramas para o enredo que abordou temas como a libertação feminina. Boris Karloff também retornou ao papel do monstro incompreendido. A interpretação da icônica noiva ficou a cargo da bela atriz Elsa Lanchestera.

 

Imagem: Reprodução

 

No mesmo ano foi lançado “O Lobisomem de Londres”. O filme trouxe um lobisomem de aparência humanizada que não agradou o público, mas rendeu críticas favoráveis. Apesar da boa atuação de Henry Hull como o licantropo, a obra acabou obscurecida pelo seu sucessor “O Lobisomem” de 1941.

Em 1936, “A Filha do Drácula” lançou a tendência da Universal em produzir inúmeras sequências para os seus filmes de maior sucesso. O longa de horror gótico foi dirigido por Lambert Hillyer e trouxe a atriz Gloria Holden como a misteriosa condessa húngara que flerta de forma implícita com a bissexualidade.

 

Imagem: Reprodução

 

Outra continuação seria lançada antes do final da década, “O Filho de Frankenstein” de 1939. O longa teve Karloff no papel do monstro pela última vez e Bela Lugosi interpretando o corcunda Igor. Outros dois filmes foram lançados no mesmo ano: “A Sombra Destemida” e “A Torre de Londres”, mas eles não obtiveram o mesmo sucesso estrondoso como os produzidos no início dos anos 1930. No total foram produzidos 18 filmes em 10 anos.

Na segunda parte desta matéria falaremos dos títulos que se destacaram nas décadas de 40 e 50.

 

 

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